A primeira é que pela primeira vez a Venezuela estuda importar petróleo. Mas antes de mais nada, não é por falta de petróleo. É para melhorar a aceitação no mercado internacional.
Mas não deixa de ser um pouco engraçado...
A segunda é que um grupo de livrarias deseja que o governo estabeleça um preço mínimo nos livros. Sério, está na folha de São Paulo. Basicamente, o livro da Amazon é pelo menos uma ordem de magnitude mais barato que o vendido pelas livrarias.
E isso porque a Amazon aposta no livro eletrônico (que já aderi há muito tempo).
E para não terminar sem uma opinião, segue um texto que explica mais ou menos o que penso sobre como as pessoas decidem eleição.
Em resumo: os eleitores dificilmente perguntam qual é o melhor candidato, em geral perguntam qual é o candidato que eu gosto mais.
Este blog tem como propósito sincero esclarecer as notícias e novidades sem confundir.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Chacoalhando as Eleições
Ontem teve o primeiro debate entre os candidatos a presidente. Francamente não vi, apenas ouvi os comentários (já cheguei a conclusão que há muito pouca racionalidade envolvida na escolha de candidatos).
Mas o melhor é que pouco antes do debate, saiu uma pesquisa dando 29% para Marina, 34% para Dilma e 19% para Aécio.
Então não é de surpreender que a nova postulante ao cargo desse show. Os demais ficaram atônitos.
E claro, vieram as análises de fundo de quintal dizendo que "pesquisa-não-representa-nada-quando-não-é-ao-meu-favor" comuns a partido que há 12 anos aproveita da "viúva". Mas há uma questão interessante aqui: não é a primeira vez que Marina chega perto dos 30% dos votos para eleição de 2014! Em Abril deste ano ela tinha 27%.
Então temos que lembrar que a Rede foi impedida de participar com candidatos, o que levou Marina a optar pelo PSB de Eduardo Campos.
E a cereja do bolo: há chances de ter sido um golpe para evitar que Marina concorresse. E na época do julgamento da Rede suas chances não eram desprezíveis.
Então estamos aqui: depois de uma tentativa de impedir Marina de ser candidata, coube ao imponderável trazer de volta a possibilidade dela ser vitoriosa.
Há, talvez, uma lição profunda nisso tudo. Mas duvido bastante que tenhamos capacidade de aprendê-la.
Mas o melhor é que pouco antes do debate, saiu uma pesquisa dando 29% para Marina, 34% para Dilma e 19% para Aécio.
Então não é de surpreender que a nova postulante ao cargo desse show. Os demais ficaram atônitos.
E claro, vieram as análises de fundo de quintal dizendo que "pesquisa-não-representa-nada-quando-não-é-ao-meu-favor" comuns a partido que há 12 anos aproveita da "viúva". Mas há uma questão interessante aqui: não é a primeira vez que Marina chega perto dos 30% dos votos para eleição de 2014! Em Abril deste ano ela tinha 27%.
Então temos que lembrar que a Rede foi impedida de participar com candidatos, o que levou Marina a optar pelo PSB de Eduardo Campos.
E a cereja do bolo: há chances de ter sido um golpe para evitar que Marina concorresse. E na época do julgamento da Rede suas chances não eram desprezíveis.
Então estamos aqui: depois de uma tentativa de impedir Marina de ser candidata, coube ao imponderável trazer de volta a possibilidade dela ser vitoriosa.
Há, talvez, uma lição profunda nisso tudo. Mas duvido bastante que tenhamos capacidade de aprendê-la.
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Cenário Imponderável
Como todos sabem, na semana passada tivemos o falecimento trágico de Eduardo Campos. E como o mesmo era um dos candidatos a presidência, sua tragédia embolou completamente o meio de campo político no Brasil.
O ponto deste post é mostrar como isso mudou a corrida presidencial.
Antes tínhamos o seguinte quadro:
Agora o quadro é o seguinte:
O que mudou? O que mudou foi exclusivamente B/N, NS e Outros. Poderíamos assumir que o eleitorado de Campos foi transferido para Marina e mais alguns entraram no barco. Se entraram no barco devido ao fator emocional ou não é também bastante relevante, mas de difícil quantificação. De qualquer forma, a rejeição de Marina é baixa (11%) quando comparada aos outros candidatos (Aécio tem 18% e Dilma 36%).
Esta rejeição esta associada aos possíveis limites de crescimento de cada candidato.
Eu tenderia a considerar a média como alvo.
O ponto deste post é mostrar como isso mudou a corrida presidencial.
Antes tínhamos o seguinte quadro:
- Dilma - 36%
- Aécio - 20%
- Campos - 8%
- B/N (Brancos e Nulos) - 13%
- NS (Não sabe) - 14%
- Outros - 8%
Agora o quadro é o seguinte:
- Dilma - 36%
- Aécio - 20%
- Marina - 21%
- B/N (Brancos e Nulos) - 8%
- NS (Não sabe) - 9%
- Outros - 5%
O que mudou? O que mudou foi exclusivamente B/N, NS e Outros. Poderíamos assumir que o eleitorado de Campos foi transferido para Marina e mais alguns entraram no barco. Se entraram no barco devido ao fator emocional ou não é também bastante relevante, mas de difícil quantificação. De qualquer forma, a rejeição de Marina é baixa (11%) quando comparada aos outros candidatos (Aécio tem 18% e Dilma 36%).
Esta rejeição esta associada aos possíveis limites de crescimento de cada candidato.
- Dilma - entre 36% e 64%. - Média de 50%
- Aécio - entre 20% e 88% - Média de 51%
- Marina - entre 21% e 82% - Média de 54%
Eu tenderia a considerar a média como alvo.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Um indício ruim
Como muitas pessoas não tem e-mail, então é comum que outras ofereçam o e-mail para facilitar a conexão online.
Eu costumo fazer isso para pessoas que confio e gosto, caso as mesmas não tenham acesso a internet - ou não saibam como acessa-la.
E é por isso que fiquei sabendo do que se segue.
Na segunda feira chegou na minha caixa o seguinte e-mail:
Este é o primeiro texto de um conjunto que
integrará a análise dos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma, para
subsidiar o trabalho dos diretórios municipais e da militância na campanha de
2014. Futuramente, estes conteúdos farão parte do novo caderno 2 do módulo 2 da
Jornada Nacional de Formação. Os demais textos trarão análises, números, dados e
resultados das políticas do governo, e serão publicados periodicamente no portal
da Escola Nacional de Formação do PT. Compartilhe,
Clique Aqui
Acompanhe, utilize e divulgue!
Bem, até ai nada demais. A internet é cheia de spam.
Mas havia algo mais. Hoje recebi este e-mail:
Muito bem, e qual é o problema?
Eu costumo fazer isso para pessoas que confio e gosto, caso as mesmas não tenham acesso a internet - ou não saibam como acessa-la.
E é por isso que fiquei sabendo do que se segue.
Na segunda feira chegou na minha caixa o seguinte e-mail:
|
Acompanhe, utilize e divulgue!
Clique aqui para descadastrar. |
Bem, até ai nada demais. A internet é cheia de spam.
Mas havia algo mais. Hoje recebi este e-mail:
|
O problema é que o e-mail chegou direcionado a uma candidata do Minha casa, minha vida que, por um acaso do destino, teve o meu e-mail divulgado como seu para receber informações.
O problema é que o PT está se valendo de informações de programas governamentais para fazer propaganda eleitoral.
É só o PT que faz isso? De modo algum, é bem comum em várias candidaturas.
Está certo? De modo algum. Isso é misturar governo com partido.
Mas, em defesa do PT, isso é extremamente comum aqui na terrinha. Só que está errado.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
Inflação de 2014
Depois de verificar o IPCA de julho a estimativa de inflação de 2014 ficou em 6.0%
Vocês não sabem o alívio que isto me dá.
E não é por conta do governo ser do PT, ou que inflação estava muito alta... nada disso
A questão é que as estimativas mês a mês estavam sendo consistentemente subestimadas. Ou seja, eu predizia 0.4% e era 0.5% e assim por diante. Eu predisse no mês passado:
"Já a inflação de julho tem 50% de ficar em 0.09% e 50% de ficar em 0.50% , Ou 60% de ficar em 0.12% e 40% de ficar em 0.52%. Algo na vizinhança de 0.28%."
E o resultado foi 0.01% (praticamente zero). Se não tivesse pelo menos um resultado bem abaixo do esperado eu iria ficar preocupado.
Isto podia indicar que meu sistema baseado em sazonalidade e na incerteza. E aliás: a partir de agosto a inflação mensal deve dar uma subidinha (por causa da sazonalidade)
Vocês não sabem o alívio que isto me dá.
E não é por conta do governo ser do PT, ou que inflação estava muito alta... nada disso
A questão é que as estimativas mês a mês estavam sendo consistentemente subestimadas. Ou seja, eu predizia 0.4% e era 0.5% e assim por diante. Eu predisse no mês passado:
"Já a inflação de julho tem 50% de ficar em 0.09% e 50% de ficar em 0.50% , Ou 60% de ficar em 0.12% e 40% de ficar em 0.52%. Algo na vizinhança de 0.28%."
E o resultado foi 0.01% (praticamente zero). Se não tivesse pelo menos um resultado bem abaixo do esperado eu iria ficar preocupado.
Isto podia indicar que meu sistema baseado em sazonalidade e na incerteza. E aliás: a partir de agosto a inflação mensal deve dar uma subidinha (por causa da sazonalidade)
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Ferramenta Incrível
O pessoal da Carnegie Mellon fez um gol: uma ferramenta que permite explorar em 3D objetos em fotografias 2D.
Em outras palavras, caro leitor: veja o vídeo.
Mas o leitor deve saber: não é mágica. O objeto em questão deve ter um modelo 3D disponível na internet.
O vídeo completo tem mais informação:
Em outras palavras, caro leitor: veja o vídeo.
Mas o leitor deve saber: não é mágica. O objeto em questão deve ter um modelo 3D disponível na internet.
O vídeo completo tem mais informação:
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Alguns pensamentos sobre a eleição
Ao contrário de muitos eu tenho dúvidas sobre qual é o melhor resultado nas eleições para presidente em 2014.
Não é que eu goste do PT, muito pelo contrário. Mas é necessário olhar a situação com a fieza necessária.
De 2002 até 2008, aos trancos e barrancos o governo Lula teve bons momentos - creio que foi positivo. O problema começou quando a crise mundial das hipotecas deu as caras.
Ao contrário de muitos, acredito que Lula é uma pessoa inteligente, razoavelmente bem informada e com uma capacidade de empatia por comunicação muito rara.
Mas ele também sabia que a crise possivelmente afetaria negativamente sua imagem e possivelmente os dois anos restantes para o final de seu mandato.
Então ele escolheu um remédio heterodoxo: manter a economia aquecida criando demanda. Isso a custa de renúncia fiscal, benefícios especiais e outras coisitas. Parece a saída perfeita: não afeta negativamente a popularidade e, se administrado corretamente, pode suavizar a crise.
Mas se administrado na dose errada... aí tem consequências - só que a maior parte delas não é imediata.
E o remédio foi tão mal administrado que até pouco tempo estava ainda em ação total (agora só está em ação parcial).
Isto talvez tenha sido por insistência do próprio PT - com vistas a manutenção de poder. Não sei...
Mas a sucessora não só não arrumou a casa quando entrou, como também desorganizou mais o país.
E agora, praticamente quatro anos depois, estamos com várias bombas armadas que não tem solução popular: a questão elétrica, a questão do petróleo, a questão dos serviços governamentais, a questão dos incentivos à produção e não esqueçamos da bomba mor - o efeito que o aumento dos juros pode causar em situações já delicadas.
Então por que tenho dúvidas sobre qual deve ser o novo governante? Bem, porque o próximo governante vai encarar quatro anos muito complicados, com chance de tempestades razoáveis. E se o PT perder, ele vai ser o causador de diversas destas tempestades.
Em suma o PT vai fazer de tudo para o próximo governo ser um inferno.
Mas, se o PT ganhar há uma excelente chance de não sobreviver ao mandato. Não como um partido de grandes proporções, pelo menos.
Vejamos as coisas pelas probabilidades.
p(ser um bom mandato) =p(ser um bom mandato | PT perder)*p(PT perder) + p(ser um bom mandato | PT ganhar)*p(PT ganhar).
Eu estimo que:
p(PT ganhar) seja uns 60% (portanto p(PT perder) = 40%
p(ser um bom mandato | PT perder) = 50%
p(ser um bom mandato | PT ganhar) = 25%
Então temos
p(ser um bom mandato) =0.5*0.4 + 0.25*0.6 = 0.35 ou 35% (o que dá 65% de chance de ser um mau mandato).
Mas olhemos os componente individuais: p(ser um bom mandato | PT perder) é 50% (simplesmente não sei, mas suspeito que seja menor). Já p(ser um bom mandato | PT ganhar) é 25% (isso é baseado no que vi do mandato Dilma até agora - na minha visão ela errou bem mais do que acertou).
Então qual é a melhor opção?
Bem, eu não irei votar na Dilma, mas ainda creio que há chances razoáveis (60%) dela verncer. Talvez seja melhor, talvez não...
Só sei que se outro ganhar e depois o PT voltar, então podemos apenas torcer para que as próximas gerações consigam consertar o estrago.
Não é que eu goste do PT, muito pelo contrário. Mas é necessário olhar a situação com a fieza necessária.
De 2002 até 2008, aos trancos e barrancos o governo Lula teve bons momentos - creio que foi positivo. O problema começou quando a crise mundial das hipotecas deu as caras.
Ao contrário de muitos, acredito que Lula é uma pessoa inteligente, razoavelmente bem informada e com uma capacidade de empatia por comunicação muito rara.
Mas ele também sabia que a crise possivelmente afetaria negativamente sua imagem e possivelmente os dois anos restantes para o final de seu mandato.
Então ele escolheu um remédio heterodoxo: manter a economia aquecida criando demanda. Isso a custa de renúncia fiscal, benefícios especiais e outras coisitas. Parece a saída perfeita: não afeta negativamente a popularidade e, se administrado corretamente, pode suavizar a crise.
Mas se administrado na dose errada... aí tem consequências - só que a maior parte delas não é imediata.
E o remédio foi tão mal administrado que até pouco tempo estava ainda em ação total (agora só está em ação parcial).
Isto talvez tenha sido por insistência do próprio PT - com vistas a manutenção de poder. Não sei...
Mas a sucessora não só não arrumou a casa quando entrou, como também desorganizou mais o país.
E agora, praticamente quatro anos depois, estamos com várias bombas armadas que não tem solução popular: a questão elétrica, a questão do petróleo, a questão dos serviços governamentais, a questão dos incentivos à produção e não esqueçamos da bomba mor - o efeito que o aumento dos juros pode causar em situações já delicadas.
Então por que tenho dúvidas sobre qual deve ser o novo governante? Bem, porque o próximo governante vai encarar quatro anos muito complicados, com chance de tempestades razoáveis. E se o PT perder, ele vai ser o causador de diversas destas tempestades.
Em suma o PT vai fazer de tudo para o próximo governo ser um inferno.
Mas, se o PT ganhar há uma excelente chance de não sobreviver ao mandato. Não como um partido de grandes proporções, pelo menos.
Vejamos as coisas pelas probabilidades.
p(ser um bom mandato) =p(ser um bom mandato | PT perder)*p(PT perder) + p(ser um bom mandato | PT ganhar)*p(PT ganhar).
Eu estimo que:
p(PT ganhar) seja uns 60% (portanto p(PT perder) = 40%
p(ser um bom mandato | PT perder) = 50%
p(ser um bom mandato | PT ganhar) = 25%
Então temos
p(ser um bom mandato) =0.5*0.4 + 0.25*0.6 = 0.35 ou 35% (o que dá 65% de chance de ser um mau mandato).
Mas olhemos os componente individuais: p(ser um bom mandato | PT perder) é 50% (simplesmente não sei, mas suspeito que seja menor). Já p(ser um bom mandato | PT ganhar) é 25% (isso é baseado no que vi do mandato Dilma até agora - na minha visão ela errou bem mais do que acertou).
Então qual é a melhor opção?
Bem, eu não irei votar na Dilma, mas ainda creio que há chances razoáveis (60%) dela verncer. Talvez seja melhor, talvez não...
Só sei que se outro ganhar e depois o PT voltar, então podemos apenas torcer para que as próximas gerações consigam consertar o estrago.
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