sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Bases do espaço emocional?

Já que temos bases do espaço vetorial, será que também as nossas respostas não podem ser caracterizadas a partir de um conjunto mínimo de emoções?

O conceito é interessante, mas pelo menos por enquanto, apenas fantasioso. Então neste espiríto vamos considerar que ao invés de analisarmos o caráter humano, desejamos apenas criar uma nova raça em um jogo de computador.

Neste caso qual seria o conjunto mínimo de emoções? Temos algumas pistas:

- Emoções opostas tem de ser apenas extremos de uma mesma base: um exemplo são emoções como a tristeza e a alegria não podem ocorrer simultaneamente. Ou seja, elas são opostas. Isto indica que as duas são apenas extremos da mesma emoção.

- Estas emoções poderiam se combinar entre si: um exemplo é a famosa situação: mistura de duas emoções indica que as podem ser decompostas em emoções básicas (e friso o plural).

- Estas emoções devem ser muito poderosas, impedindo até o processo racional: dado que estas emoções (ou pelo menos um subconjunto delas) temos em comum com os animais, o seu desenvolvimento deve ter milhares, senão milhões de anos. Isto faz com que elas tenham, provavelmente, um enorme poder sobre a reação dos indivíduos.

Ok. Então qual seriam estas emoções básicas?

Existem controversias quanto a isto. Mas pelas características anteriores temos:

* Medo - indo de absolutamente destemor até pavor intenso
* Empatia - indo de desprezo absoluto até a admiração (e quiça amor)
* Prazer - indo do desprazer mais intenso até o êxtase

Estas seriam bastante claras como básicas. Além disto teríamos já com menos clareza:

* Curiosidade - indo do desinteresse até a obsessão
* Tristeza - indo da felicidade extrema até a depressão profunda
* Angústia - indo do otimismo puro até o estado pré-suicida

Desconfio que estas bases se formaram mais ou menos com a evolução da espécie.

Bases de um espaço vetorial

Na matemática, uma das formas de resolver problemas em que as variáveis estão interligadas é representar as variáveis através do uso de bases do espaço vetorial que definem as variáveis do problema.

Em termos matemáticos duas variáveis [X1] e [X2] podem ser vistas como combinações lineares das bases [B1] e [B2]. De modo simples:

[X1]=a11*[B1]+a12*[B2]

[X2]=a21*[B1]+a22*[B2]

Isto pode ser representado na forma matricial

[X]=[A][B]

Logo as bases podem ser encontradas através de uma inversão de matriz

[B]=inversa([A])[X]

E daí?

As bases identificam de modo claro as variáveis do sistema. Pode-se argumentar que as bases, que podem ser escolhidas de modo arbitrário, podem ser definidas de forma a garantir a independência entre as variáveis. Isto significa que o produto interno entre as bases é zero:

Transposta([B1])[B2]=0

De modo simples, isto garante a independência entre as variáveis.

E o que isto tem a ver? Em bom português, a escolha de variáveis que caracterizem a base garante que está se escolhendo:

a) O número mínimo de variáveis

b) As variáveis que são importantes

Como se garante a independência? Ora, através da ortogonalidade entre as variáveis. Em poucas palavras, a ortogonalidade (que pode ser vista como descorrelação), indica que uma variável não pode ser obtida a partir da outra.

Isto quer dizer que uma diretriz importante na escolha de variáveis do problema a ser resolvido é garantir que uma variável não pode ser obtida a partir de outra.

Por fim chegamos a questão central deste post: quais são as emoções fundamentais (básicas). O conceito é que as demais emoções podem ser obtidas em função destas emoções fundamentais. Uma característica destas emoções fundamentais é a sua comonalidade com outros membros do reino animal. A priori, estas emoções devem ter sido formadas durante o processo de seleção natural que todos foram submetidos.

Assim, provavelmente o que conhecemos como emoções primitivas são exatamente as emoções mais potentes e, arrisco-me a dizer, irracionais. Suspeito ainda que estas emoções são exatamente aquelas aonde o processo racional pode atrapalhar - ou seja são aquelas ligadas ao mecanismo de "flight or fight".

Mais sobre isso eu falo depois

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Na ponta dos pontos de equilíbrio

Então educação de qualidade é definida a partir da concepção de seu valor na sociedade. Apesar de este ponto poder parecer utilitarista demais, acontece exatamente o contrário. O que se define como de valor para sociedade é que define o que deve ser uma educação de qualidade.

Vamos aos termos...

Uma educação fundamental deveria permitir que o indivíduo trouxesse valor para a sociedade pelo menos em um nível básico. Mas, o que acontece é que o ensino fundamental é focado na criança. E isto muda praticamente tudo, pois a vida de uma criança não deveria ter como objetivo funcionar como um indivíduo produtivo na sociedade. Então dado que o aumento do valor funcional não pode ser o objetivo, só resta definir como educação de qualidade aquela que permite aumentar a compreensão do funcionamento da sociedade (e naturalmente seu papel neste funcionamento).

Em termos de conhecimento, dado o estágio de integração que nos encontramos, isto significa matemática, a língua materna, possivelmente uma segunda língua (não sendo absolutamente necessária), noções de geografia do país e do globo, noções de história local, regional, nacional e do globo, noções do funcionamento social (grupos, empresas, organizações e sistemas). Assim uma pessoa com estes tipos de conhecimento pode formar opiniões e entender em grau relativo o funcionamento do mundo ao seu redor.

Devido a plasticidade desta idade, talvez seja interessante focalizar no ensino de literatura de modo mais abrangente - mas não existem garantias.

Já o ensino médio tem na sua saída , adolescentes que podem vir a participar da sociedade dentro de profissões ou seguir rumo ao aperfeiçoamento de um ensino superior. Pessoalmente, não vejo as duas coisas como mutuamente excludentes. De qualquer modo, saindo do ensino médio, o indivíduo já deve ter em mãos conhecimento suficiente para contribuir de modo mais efetivo com a sociedade. Isto pode-se dizer que inclui algum contato com atividades profissionais durante o período de ensino médio.

Em termos de conhecimento, as disciplinas devem fornecer embasamento para um entendimento mais profundo, porém abrangente do funcionamento, estrutura e regras da sociedade. Portanto devem ser cobertas noções de legislação, noções de administração (inclusive a financeira), noções de economia, noções de ciência (física, química e biologia), língua materna e uma segunda língua, matemática em diversos níveis com aplicações e possivelmente diversas disciplinas sociais (filosofia, história, noções de sociologia, comunicação e antropologia). Certamente existem outras disciplinas, mas fica difícil apontar todas.

Essencial a este quadro é a noção que os indivíduos saídos do ensino médio tem de possuir conhecimento (e alguma habilidade) para poder contribuir em agregar valor na sociedade (ou seja, trabalhar em um ofício).

Já o ensino superior tem de ter como objetivo a formação de pessoal bastante especializado. Este pessoal deve ter a capacidade tanto de agregar conhecimento como fonte de aumento de valor como o de desenvolver e realizar ofícios bastante especializados e de alto valor agregado. Neste ponto deveríamos ter cursos com o foco em áreas de grande conhecimento específico, alta produtividade e responsabilidade.

Nota-se que existe uma troca entre o grau de especialização e o tempo para a realização do ofício específico. Isto quer dizer que em geral, ofícios que demandam alto grau de especialização também demandam muito tempo de treinamento.

Esta estrutura tem de funcionar de tal forma a se adaptar às mudanças que normalmente ocorrem em uma sociedade.

Daí, uma educação de qualidade só pode ser definida a partir do valor que ela tem para sociedade.

É como as coisas são.

Infelizmente, não é isto que se houve em discursos. A razão é que detalhes como estes (o que é uma educação de qualidade) atrapalham o uso de características emocionais no discurso. E estas características são o que por vezes caracterizam um discurso como efetivo.

Mas eu falo sobre isto outra hora

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Educação de Zabrapouf? O que é isso?


Já que nas sociedades humanas, as métricas utilizadas influenciam o ponto de equilíbrio do sistema, fica uma pergunta: como decidir qual é a melhor métrica?

Em última análise, os participantes irão:
a) tentar cumprir a métrica
b) reclamar da métrica
c) tentar desqualificar a métrica

Mas falamos tanto de qualidade e não sabemos expressar exatamente o que dizemos. Ou seja, o que caracteriza esta qualidade? No caso específico de ensino: o que é uma educação de qualidade?

Enquanto a qualidade não for adequadamente caracterizada em um discurso, então esta será apenas uma palavra, um símbolo sem significado. Poderiamos usar ao invés da palavra qualidade, a palavra zabrapouf.

Então você quer uma educação de zabrapouf?

Na minha visão, a qualidade TEM de estar associada a um ponto de equilíbrio na sociedade. E portanto a métrica deve ser definida a partir deste ponto de equilíbrio. Mais ou menos como na questão anterior das publicações (apesar, de na realidade o que se tenta é medir a qualidade da ciência/pesquisa realizada - e não a qualidade das publicações).

E qual o ponto de equilíbrio? Se formos por uma visão de custos poderíamos dizer que:

"Educação de qualidade é aquela que maximiza a capacidade de incrementar o valor agregado da contribuição de cada indivíduo."

Por uma visão menos economicista poderíamos dizer que:

"Educação de qualidade é aquela que maximiza a capacidade de contribuição de cada indivíduo."

Portanto, seja de um modo ou de outro é necessário definir uma métrica que emule esta capacidade de contribuição (complicado) ou a capacidade de incrementar o valor agregado (mais simples).

Um exemplo: uma educação que gerasse uma população de Homeros seria uma contribuição excepcional para literatura e cultura mundiais, mas todos iriam morrer de fome. De modo similar, uma educação que gerasse uma população de agricultores seria ótima para sobrevivência, mas a sociedade seria apenas uma coleção de vilas rurais.

Assim, ao invés de demandar o cumprimento rigoroso de uma agenda torna-se fundamental que exista flexibilidade para atender a toda uma gama de possíveis contribuições no aumento do valor agregado da população. Ah! Escolhas... A existência de escolhas é fundamental para uma educação de qualidade.

Isto por si já exclui currículos rígidos e fixos.

Em outro ponto, uma educação de qualidade tem que garantir a chance de integração do indivíduo na sociedade. Logo, esta tem de fornecer pelo menos as ferramentas básicas para que o indivíduo se integre na sociedade com o máximo de facilidade. Isto implica em ter pelo menos um entendimento rudimentar do mundo e seu funcionamento (geografia, história, artes, ciência).

Isto também quer dizer que este indivíduo deve ser capaz de exprimir suas opiniões e idéias de modo claro. Em outras palavras, ele tem de ter habilidade na comunicação (língua, matemática).

Mas nenhuma destas habilidades vale muito sem que a pessoa tenha a oportunidade de manifestar sua capacidade de agregar valor na sociedade. Isto implica que uma educação de qualidade tembém deve ter um braço nas atividades de um exercício (seja profissional, seja vocacional, ou outro - o importante é integrar as habilidades desenvolvidas no aprendizado - teoria - com a aplicação das mesmas em situações na sociedade - prática).

E esta capacidade de aplicar estas habilidades desenvolvidas pode funcionar como métrica.

Mas é tudo divagação....

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Métrica e o Ponto de Equilíbrio

Um dos problemas das métricas usadas na quantificação de índices (pontos, publicações, orientações) é que o uso da mesma altera a forma como a atividade é realizada.

Este fenômeno é bem característicos de sistemas que alteram os seus parâmetros quando sofrem algum estímulo.
Em português claro, este tipo de sistema se adapta para a função que desejada.

Bem, e quais são estes sistemas? Resposta: todos os sistemas aonde temos participação direta no funcionamento.

Ao contrário de outras sociedades não humanas (e existem muitas), o fato de participarmos do sistema é razão suficiente para alteramos nossa forma de interação baseado na métrica.

E qual o problema? Bem, de modo bem simples, vamos modificar nosso comportamento para satisfazer uma determinada métrica. Mesmo que esta modificação invalide o que a métrica está tentando caracterizar.
O que fazemos é alterar nosso ponto de equilíbrio em função da métrica adotada. E isso é um problema: modificamos a medição ao tentarmos caracterizar seu valor.

Um exemplo: publicação de artigos (em periódicos ou afins).

Métrica 1: Número de periódicos definido por média fixa - arbitra-se o que se considera um valor mínimo de publicações por ano e considera-se um escore a partir deste ponto. A partir daí tem-se um exemplo supondo que 7 publicações seja bom

Nota Número de publicações
0 menor que 4.5
1 entre 4.5 e 5.5
2 entre5.5 e 6.5
3 entre 6.5 e 7.5
4 entre 7.5 e 8.5
5 entre 8.5 e 9.5
6 maior que 9.5

Ok, e qual é o problema?

O problema é que as pessoas que estão competindo entre si nesta métrica irão fazer de tudo para ter a nota mais alta possível. Como o tempo destes participantes é finito eles:
a) Irão fazer artigos com o maior número de participantes possíveis - isto minimiza o tempo que cada um tem de dedicar ao artigo
b) Dividir os resultados de trabalhos no maior número de artigos possíveis.
c) Provavelmente a qualidade média dos artigos irá piorar

Resultado: Maior número de artigos com qualidade inferior

Métrica 2: Número de periódicos definido por média móvel- obtém-se a distribuição anual e classifica-se a partir dos quartis. Como fazer isto? Vamos supor que a média de publicações anual de uma determinada área é X por autor. Ao se estudar uma amostra significativa contendo diversos autores, chega-se a um desvio padrão de Y.
A partir daí se faz a métrica (exemplo):

Nota Número de publicações
0 menor que X-3Y
1 entre X-3Y e X-2Y
2 entre X-2Y e X-Y
3 entre X-Y e X
4 entre X e X+Y
5 entre X+Y e X+2Y
6 entre X+2Y e X+3Y
7 maior que X+3Y

Então, tem-se uma nota de 0 a 7 que serve como métrica para classificação entre o que é um mau publicador (nota inferior a 3.5) e um bom publicador (nota superior a 3.5).

Ok, e qual é o problema?

De novo as pessoas que estão competindo entre si nesta métrica irão fazer de tudo para ter a nota mais alta possível. E como a qualidade não é medida nesta métrica, ela também irá sofrer.
Resultado: Maior número de artigos de qualidade inferior (também).

Qual a solução? Bem cada métrica levará a um ponto de equilíbrio particular. Neste caso, vale mais a pena caracterizar o ponto de equilíbrio de interesse e encontrar os fatores que podem levar a este ponto. Se o interesse é aumentar o número de publicações de qualidade, então a métrica não pode contar somente o número de artigos - mas o número de artigos de qualidade.
Como fazer isto? O modo mais simples é caracterizar a métrica por um fator multiplicativo por artigo. E este fator multiplicativo pode ser definido a partir do ambiente de publicação (pode ser o famoso fator de impacto).

Exemplo: dois artigos publicados em dois meios - um com fator de impacto 1 e outro com fator de impacto 10. O primeiro conta como 1 artigo apenas e o outro como 10 artigos. A partir daí podem ser imaginadas diversos tipos de métricas que levem em conta a qualidade e não somente a quantidade. Pode-se calcular um fator de impacto equivalente por autor - baseado nos artigos que escreveu e no meio em que foram publicados.
No fundo as soluções são simples, a questão é encontrar a solução sabendo-se aonde quer chegar e não o contrário.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Transformando a Incerteza em Conhecimento

O tópico de hoje é muito ligado ao que pesquiso hoje em dia. O assunto é a chamada Transformada da Incerteza ou Unscented Transform (UT).

A Transformada da Incerteza é uma forma de calcular o efeito da incerteza em sistemas sem precisar utilizar números aleatórios. O importante é saber a distribuição de probabilidade original e os seus momentos. Uma vez conhecida a natureza dinâmica do sistema é bastante simples calcular a incerteza resultante.

Funciona assim:

Vamos supor que temos um problema em que a variável de entrada é elevada ao quadrado, ou seja:

Y=X^2

A pergunta é: se X é uma variável aleatória com distribuição conhecida, média e variância definidas, então qual será o valor médio de Y e seu desvio padrão?

Bom, para distribuições conhecidas é até possível calcular esta relação analíticamente. Mas nem sempre é o caso. No caso da distribuição normal com desvio igual a V, então a média é V^2 e o desvio é raiz(3)*V^2.

Outra maneira é utilizar o método de Monte Carlo. Infelizmente, ele pode ser demorado e demandar diversos recursos computacionais.

Entramos na UT. Para calcular a UT, temos de saber a distribuição. Em todo caso para a função Y=X^2 teremos que:

Média=Ym=w1*(Xm+S1)^2+w2*(Xm+S2)^2+w3*(Xm+S3)^2;

No caso desta ser normal com média Xm=0 teremos:

w1=1/6 S1=-raiz(3)*V

w2=2/3 S2=0

w3=1/6 S3=raiz(3)*V

Assim a média será:

Ym=1/6*(-raiz(3)*V)^2+2/3*(0)^2+1/6*(raiz(3)*V)^2

O resultado é Ym=V^2 - ou seja exatamente igual ao resultado analítico.

Mágica? Não, apenas matemática

E para calcular o desvio? Neste caso a equação é:

Desvio=YV=raiz(w1*(Ym-S1^2)^2+w2*(Ym-S2^2)^2+w3*(Ym-S3^2)^2);

E o resultado? Desvio é raiz(3)*V^2

A UT pode ser aplicada para o caso de uma ou mais variáveis, correlacionadas ou não. Podemos usar múltiplas distribuições e mesmo obter a função densidade de probabilidade.

É espetacular

Agradecendo ao Ciência Brasil

Este blog quer gentilmente agradecer ao Professor Marcelo Hermes de Lima pelo primeiro comentário e a divulgação deste blog no famoso Ciência Brasil

Muito obrigado Marcelo.

E também na luta contra a fraude científica coloco aqui o link para o excelente artigo do Ciência Brasil sobre Fraude da Ciência!

Vale a pena ler!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Comunidades Isoladas

Esta questáo da representação de matrizes pode ensinar muito sobre o comportamento.
E digo não só o comportamento individual, como o comportamento coletivo.

Neste caso, trata-se de entender como o isolamento de comunidades funciona. O conceito de autovalor é só uma analogia ao comportamento próprio da comunidade. Se quiserem mesmo tentar fazer uma relação numérica, podem pensar em conectividade.

Assim em uma comunidade com duas pessoas temos que o estado do individuo 1 depende de alguma característica dele e de uma interação a percepção que ele tem da característica do indivíduo 2:

Y1=a11*X1+a12*X2

De modo similar o indivíduo 2 tem seu estado definido por alguma característica própria e algo do indivíduo 1:

Y2=a21*X1+a22*X2

Se as percepções entre os indivíduos são iguais então a12=a21. No caso genérico os autovalores são dados por:

0.5*(a11+a22)+sqrt((a11-a22)^2+4*a12*a21))

0.5*(a11+a22)-sqrt((a11-a22)^2+4*a12*a21))

Claro que tudo isto é linear, mas o conceito é utilizado somente para provar um ponto.

Vamos supor agora uma outra comunidade formada por outros dois membros 3 e 4. Assim, os estados individuais serão:

Y3=a33*X3+a34*X4

Y4=a43*X3+a44*X4

Naturalmente seus autovalores serão:

0.5*(a33+a44)+sqrt((a33-a44)^2+4*a34*a43))

0.5*(a33+a44)-sqrt((a33-a44)^2+4*a34*a43))

Para simplificar o problema, vamos fazer com que os autovalores sejam iguais. Assim, temos para a comunidade 1:

a12*a21=-0.25*(a11-a22)^2

E para comunidade 2:

a34*a43=-0.25*(a33-a44)^2

Para simplificar podemos considerar influências iguais e portanto:

a12=0.5*(a11-a22)
a21=0.5*(a22-a11)

a34=0.5*(a33-a44)

a43=0.5*(a44-a33)

Portanto as novas equações tornam-se:

Y1=a11*X1+0.5*(a11-a22)*X2

Y2=0.5*(a22-a11)*X1+a22*X2

Y3=a33*X3+0.5*(a33-a44)*X4
Y4=0.5*(a44-a33)*X3+a44*X4

E os autovalores tornam-se:

0.5*(a11+a22) e 0.5*(a33+a44)

Ok, isto se as comunidades estiverem isoladas.

Mas o que acontece se existir algum vínculo entre elas?

Aí o comportamento das comunidades irá se alterar. Digamos que as equações sejam:

Y1=a11*X1+0.5*(a11-a22)*X2+a14*X4
Y2=0.5*(a22-a11)*X1+a22*X2
Y3=a33*X3+0.5*(a33-a44)*X4

Y4=0.5*(a44-a33)*X3+a44*X4+a41*X1

Então os autovalores de todos os indivíduos serão modificados devido a esta interação. O grau de modificação irá depender de diversos fatores. E infelizmente o exemplo tem de ser numérico:

A1=[1 -1.5;1.5 4]

A2=[5 -1.5;1.5 8]

A3=[0 0;0 0]

A4=[0 0.1;0 0]

A=[A1 A3;A3' A2]

B=[A1 A4;A4' A2]

Os autovalores de A são 2.5, 2.5, 6.5 e 6.5

E os autovalores de B são 2.4509, 2.5477 , 6.5491 e 6.4523.

Assim, não só ninguém é uma ilha, mas todos os arquipélagos estão ligados.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Valores Característicos

É curioso como por vezes termos matemáticos coincidem com os termos da linguagem. E um destes exemplos é o conhecido como autovalor.
O autovalor é, como o nome diz, um valor próprio ou característico de um sistema. A origem, que é interessante em si, vem dos termos cunhados por Leonhard Euler, Joseph Lagrange e Augustin Cauchy em estudos separados sobre a rotação de corpos rígidos.

O autovalor é a raiz de uma equação característica do sistema. Os autovetores, derivados dos autovalores, podem ser considerados os eixos principais do sistema. Assim o comportamento dos autovalores, autovetores e autofunções é algo intrínseco do sistema.

Bem, sistemas lineares de qualquer modo.

Mas o que isto tem a ver?

Bem, temos os valores naturais e intrínsecos do ser humano. Estes, indiscutivelmente, moldariam seu caráter e comportamento na vida. Correto?

Errado!

O que falta nisto é o efeito da sociedade - o efeitos de outros seres humanos no comportamento e caráter do indivíduo. Afinal Ninguém é uma Ilha. E isto tem um efeito danado.

Se pensarmos em um sistema linear, os autovalores irão depender dos efeitos dos outros componentes do sistema. Um exemplinho, seja uma matriz A, aonde não existe interação entre os elementos:

A=[2 0 0;0 3 0;0 0 1]

Os autovalores da matriz são: 2, 3 e 1. Ou seja temos um corportamento independente em cada um.

Já a matriz B=[2 0 -0.5;0 3 0;0.3 0 1]

Os autovalores desta matriz são: 1.8162, 1.1838 e 3.0000. Note que dois dos elementos mudaram seu comportamento específico devido a interação entre os elementos. E isto muda de acordo com o efeito que os elementos tem entre si.

Seja C=[2 0 -0.5;0 3 0;0.5 0 1]

Os autovalores são 1.5, 1.5 e 3. Assim, a interação entre elementos MUDA o comportamento próprio de cada elemento.

Vamos considerar um caso aonde a primeira e a última linha não se relacionem diretamente, mas utilizem a segunda linha como forma de trocar efeitos.

Seja D=[2 0.05 0;-0.03 3 0.05;0 -0.03 1]

Os autovalores são: 2.0015, 2.9977 e 1.0007

Portanto temos que os três comportamentos próprios foram ligeiramente modificados pela interação causada pelo elemento do meio.

Em um sistema com vários participantes, não só o número mas a forma como estes se ligam pode em última análise influenciar o comportamento próprio dos participantes.

Interessante, não?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Os farsantes da informação

Depois de muito debater, decidi que o melhor para esclarecer algumas idéias era voltar às fontes originais e tentar entender os conceitos a partir delas.

Que surpresa...

Voltar às fontes originais significa ler os clássicos. Assim parti na minha cruzada para entender mais o mundo ao meu redor. Como já disse antes, tive uma surpresa.

O que me surpreendeu é quão distorcidas são as versões de clássicos que recebemos ao longo da nossa educação/vida. Normalmente, eu estaria esperando apenas algumas interpretações diferentes ou no máximo um ou outro erro aqui ou acolá.

A verdade abriu meus olhos!

Começei pela Ilíada! O fantástico (e gigantesco) poema épico de Homero. Mais ainda, comecei pela tradução em Inglês de Alexander Pope. Qual foi minha surpresa quando o poema acabou antes da famosa parte do cavalo de Tróia!

Meses depois recebi um e-mail falando sobre o cavalo de Tróia na Ilíada -claramente indicando que a pessoa que compôs o e-mail não leu o original. Imagino que estava apenas repetindo o que leu ou ouviu em outro lugar.

Passei a outros livros mais interessantes: Rosseau - Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens! Aí eu descobri um ponto muito interessante, e até óbvio: quando o livro foi escrito a teoria da evolução ainda não tinha surgido.

Mas e daí - pode perguntar o leitor.

Bem, daí que diversos argumentos acerca da idéia do bom selvagem são explicitamente fundamentados no conceito que o homem foi criado por Deus e diferia completamente do restante dos animais. E aí está uma falha fundamental.

Da mesma forma, li Balthasar Gracian, Max Weber e alguns outros - as conclusões são semelhantes. Muitas vezes as idéias distorcidas nem citam a fonte original!

Mas agora estou envolvido na leitura de Riqueza das Nações de Adam Smith!

Minha gente, o pessoal nunca deve ter lido este livro. Para começar o conjunto é enorme, bem mais de mil páginas. E as idéias estão lá, tudo muito interessante.

Mas sabem quantas vezes Adam Smith cita a mão invisível?

Uma (1)

Não é interessante?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Rodando a Bolsa

Nesta crise financeira temos dois fenômenos:

O efeito das apostas dos bancos de investimento nos alugueis sub-prime

A desinformação generalizada

O primeiro efeito é da alçada dos economistas e analistas de mercado. Já o segundo efeito é da alçada de todo mundo.

A desinformação é o mecanismo de propagação do pânico. Ela tem um efeito bola-de-neve no sistema e tende a piorar ou melhorar além do estritamente racional. Para clarear algumas confusões temos de entender quais os fatores que afetam o desempenho de determinado bem.

Este site fala sobre os fatores que afetam a cotação do dólar no Brasil: Oferta e demanda.

Se a demanda for maior que a oferta, então certamente a cotação da dólar sobe. Se for menor, acontece o contrário.

Um fator que leva ao aumento da cotação é a taxa de juros dos EUA. O aumento da taxa de juros levará os investimentos para os EUA e consequentemente fará a demanda por dólares aumentar. Naturalmente, se a taxa de juros diminuir temos que os investidores não terão preferência por dólares.

Outro fator é a inflação: se a inflação nos EUA aumentar, os investidores também não terão interesse em comprar dólares.

Mas o trecho interessante é o seguinte:

O contrapeso de comércio igualmente tem um efeito na moeda de um país. Se os preços mundiais para que país exporta a ascensão em comparação com o custo de importações desse país, esse país estarão ganhando mais para suas exportações do que paga por suas importações. Mais a demanda lá será para a moeda desse país, melhor o negócio torna-se. Se os accionistas estão confiáveis que a economia dos E.U. será forte, serão mais prováveis comprar os recursos americanos, levantando o valor do dólar. Se os accionistas não estão tão confiáveis que a economia será forte, serão MENOS prováveis comprar os recursos do país, abaixando o valor do dólar.

Portanto, o comércio exterior também tem um efeito na cotação do dólar. Se a balança é positiva, então o dólar cai. Se é negativa o dólar desce. Simples não?

Ah, não, não é simples mesmo.

Parte das exportações é financiada em dólar e o mesmo é usado como moeda de troca. Mas ao mesmo tempo, se as linhas de financiamento no exterior somem, então é necessária a compra da moeda aqui para realizar as operações.

Mas ainda assim, o quadro não está completo. Outro artigo interessante pode ser visto aqui. E mais um artigo que introduz o efeito das commodities no baralho está aqui. A frase mais interessante é:

Quanto ao dólar, a moeda vem se recuperando frente às demais moedas e a valorização do dólar não favorece as commodities. Explicando melhor, a queda das commodities – soja, milho, trigo, café, petróleo, metais – afasta os fundos de investimentos que se deslocam para outro tipo de aplicação. O anúncio da ajuda do governo Bush às agências hipotecárias norte-americanas levou o dólar à cotação máxima em euros nos últimos 11 meses. Conseqüentemente, os fundos de investimentos fugiram das commodities e foram para outro tipo de aplicação.

Mas será que isto é verdade?

Com certeza! O Euro em novembro de 2007 estava cotado a US$ 1.445. Já em Julho de 2008 estava cotado em US$ 1.579. Em setembro o valor da cotação era de US$ 1.46. Então esta parte é verdade. E de setembro para cá a cotação desabou para US$ 1.355.

E isto é importante para entendermos os fatores que afetam a cotação do dólar no Brasil. O Euro vale hoje R$ 2.93 (e o Dólar vale R$ 2.19). Em Julho de 2008, ele valia R$ 2.44 (na mesma época do Dólar valia R$ 1.57)e em novembro de 2007 estava cotado a R$ 2.62 (na mesma época do Dólar valia R$ 1.94)

Portanto, temos a sequência:

* Dolár/Euro: 1.445, 1.579 e 1.35

* (Real/Dólar)/(Real/Euro): 1.35, 1.55 e 1.34

Portanto podemos ver que enquanto em setembro de 2007, a cotação Euro/Dólar no Brasil era algo artificial (o Dólar comprava mais Euros), mas agora em outubro está mais próxima da cotação real (ainda temos que o Dolar aqui compra mais Euros - mas bem menos).

O que quer dizer isto? Bem, que a cotação atual está muito mais próxima do que é internacionalmente considerado do que antes. Portanto: se quer saber se o dólar vai subir ou descer olhe o Euro

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A última coca-cola no deserto

Esta expressão é bem antiga. Quer dizer algo extremamente precioso e quiça até fundamental.

Mas quanto custa uma coca-cola no deserto?

Esta questão relativamente trivial é a chave para o que chamamos de "preço das coisas"
Vamos fazer uma brincadeira de quanto custa uma coca-cola?
Em Euros:
Singapura: 0.38, Luxemburgo 1.00, Sydnei 1.10, Dubai 0.87, Irlanda 1.40, Campo Grande 0.77, Cape Town 0.44, EUA 0.47, Tailândia 0.34, India 0.46, EUA 0.69, Australia 0.73, Reino Unido 0.74, Sardenha 0.40, Dublin 0.85, Tokyo 1.06, Shanghai 0.34, Tel Aviv 0.87, Paris 0.6, Moscow 1.10, Buenos Aires 0.51.
Estas informações estão disponíveis neste site.
Mas o interessante é a variação que existe. Esta variação não é apenas espacial, mas também temporal. Os preços foram retirados de um período de 3 anos.
Em um vôo, uma lata de Coca-Cola pode custar bem mais do que 1 Euro. Na lista que temos acima, a Coca-Cola no ano de 2008 custa entre 0.38 e 1.40 Euros. A diferença também está aonde a bebida é comprada - se em supermercado, loja, bar ou restaurante.
Felizmente temos a Internet que permite darmos uma olhada nos supermercados.
Sainsbury (Reino Unido): 0.43 Libras
Jumbo (Portugal): 0.45 Euros
Dividindo o valor no Brasil pelo no do Reino Unido temos: R$ 3.02 é igual a 1 Libra. A cotação atual é de R$ 3.82 é igual a 1 Libra.
Dividindo o valor no Brasil pelo no de Portugal temos: R$ 2.89 é igual a 1 Euro. A cotação atual é de R$ 2.96 é igual a 1 Euro.
Isto leva a questão: dá para usar a coca-cola como um tipo de base para conversão de moedas?
Bem, não exatamente. Pelo fato da Coca-Cola ser um produto industrializado porém com forte ligação local, então é possível utilizá-lo como base na conversão de moedas.
Mas existem uma série de outros fatores, tais como taxas ou impostos, que atrapalham o cálculo.
No entanto é possível fazer uma cesta de produtos e utilizá-la como guia para a cotação.
Voltando a questão da Coca-Cola no deserto: depende de quanto quem compra está disposto a pagar, depende de quanto quem vende gastou para ter o item e depende de onde e quando se está vendendo o item.
Portanto:
- o comprador de uma percepção de custo (que depende do interesse do comprador no produto e na disponibilidade de recursos do comprador)
- o vendedor tem uma percepção de custo (que depende no custo para adquirir o bem, transportá-lo para aquele local naquele tempo e do interesse em vender o produto - em última análise).
Assim também é similar com outros tipos de mercado.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Spin ou A arte de falar meias verdades

Este título é cruel, eu sei. Afinal, todos mesmo que inadvertidamente usamos meias verdades quando queremos convencer os demais do nosso ponto de vista.
Mas isto não torna a meia verdade inteira.

Vamos ver alguns exemplos de spin:

- Desacreditar a acusação: este artifício é muito usado. Tecnicamente pode ser até que a fonte de uma acusação seja pouco crível. Mas, e a acusação em si? Antes de prosseguir, devo dizer que as acusações relacionadas nos exemplos podem perfeitamente ser falsas.

Mas o ponto em questão é o uso da técnica de descrédito da fonte de acusação para evitar a acusação em si.

Exemplo 1: Extraído da Folha

Julgamento do Mensalão

Em novas revelações do mensalão, doleiro complica PR e Dirceu
Advogado de ex-ministro diz que acusações não têm procedência e que o denunciante não tem credibilidade
Segundo Lúcio Funaro, Valdemar Costa Neto obteve empréstimo de R$ 3 mi e Dirceu fez transações com fundos de pensão

Ou seja, as acusações não estão sendo negadas, somente a credibilidade do denunciante.

Exemplo 2: Extraído do Mossoroense

Wilma se defende e desqualifica acusador
LUÍS JUETÊ Da Editoria de Política

Ou seja, de novo não temos a negação explícita, somente a credibilidade do denunciante.

Ok, e porque as pessoas continuam usando deste expediente?

Resposta: Porque funciona! Mais uma vez estamos no domínio da informação e como ela é tratada por cada um.

- Amostras inadequadas: já falamos sobre isto na questão da estatística. Mas quer ver como ainda se usa isto toda hora e ninguém nota?

Exemplo 1: Extraído da Veja

No Brasil, metade dos acidentes automobilísticos fatais está ligada ao consumo de álcool entre jovens de 18 a 25 anos.

Metade esta ligada aos jovens de 18 a 25 anos? Como chegaram a esta conclusão? O que significa a palavra ligada? Porque não usaram causada? Um jovem bebado dentro de um ônibus que se acidentou entra ou não nesta estatística?
Mais ainda: o Brasil está longe de ter estatísticas tão detalhadas sobre o trânsito. O melhor que temos são trabalhos como os desenvolvidos pelo CISA -CENTRO DE INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE E ÁLCOOL. Nele temos a estatística que de 2360 casos de trânsito acidentes fatais (e isto inclui pedestres), cerca de 2110 são do sexo masculino e 250 do sexo feminino. Destes 1052 homens e 57 mulheres tinham álcool no sangue. Total: 1109 casos.
Isto resulta em 47% dos casos. Em lugar NENHUM se fala a respeito de jovens de 18 a 25 anos - estes dados são de todas as faixas etárias.

Exemplo 2: Extraído também da Veja

No Brasil, o consumo começa cada vez mais cedo. Segundo as estatísticas oficiais, entre os estudantes do ensino médio e fundamental, 74% já experimentaram bebidas alcoólicas. Cerca de 30.000 pessoas morrem por ano no Brasil vítimas de acidentes de trânsito em que houve o uso de álcool pelos motoristas.

Hein? 74% dos estudantes já experimentaram bebidas alcoólicas? Nananinaná - 74% dos entrevistados em uma pesquisa disseram já ter experimentado álcool uma vez na vida. Os entrevistados tinham idades na faixa de 12 a 65 anos. Na faixa etária de 12 a 17 anos, o número é de 54%.
E mais: como foi feita esta pesquisa? Sem informações precisas sobre a metodologia e as amostras isto pode significar tudo ou nada.

E o que dizer sobre isto? Bem, naturalmente isto são amostras inadequadas. Todas torcidas com a maior das boas intenções (será mesmo?). Mas ainda assim É uma meia verdade.

Depois continuamos com os exemplos.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Como identificar distorção na informação?

Este é o grande problema.

Afinal, uma informação realmente absolutamente nova não tem como utilizar o nosso separador de orelhas.
Afinal, informações totalmente novas não tem exatamente algo na nossa experiência que a permita identificar.

Na transmissão de dados, este tipo de checagem é realizado através de códigos corretores de erro. Mas aí, o conceito era que a informação era correta e o meio introduzia ruído.

No nosso caso, quem introduz ruído é o processo de codificação ou decodificação. Este erro pode ser intencional ou não.
Neste caso só resta procurar as fontes originais da informação, ou pelo menos os diversos participantes na difusão desta informação. Curiosamente, no caso de notícias estas fontes originais são extremamente difíceis de encontar. Geralmente temos contato somente com as agências de notícias.

E existem muitas agências de notícias. No Brasil temos a Agências Estatais e Privadas. A agência Brasil é estatal. Temos a FolhaPress que é privada. Existem agência ditas independentes.

Mas mesmo mais próximo das notícias existem orgãos específicos em empresas e governo para relações com a imprensa. Um exemplo é que o Ministério da Fazenda tem formas específicas de se relacionar com a mídia (veja a Sala de Imprensa - no site).

Em última análise, a informação gerada terá um spin determinado pela interface com a mídia.

Em breve vamos analisar o caso de informações com spin bem caracterizado.

Por enquanto deixo a vocês os sites para agências de notícias: NAM, Associated Press - Site, Alternet -Site, Reuters - Site, Agence France Presse - Site e por fim a PR-Newswire - Site.