sábado, 31 de janeiro de 2015

Jogando para Empatar

"Bem RAX, você sempre fala de estatística. Mas tem alguma coisa aí que pode me ajudar a ganhar em um Casino?"

Aposto que alguns leitores já pensaram sobre a questão acima.

A resposta é... SIM

Mas como eu não quero levar ninguém a ruína, vou ensinar com o empatar SEMPRE em um jogo.

Claro que existem simplificações importantes, a primeira delas é que vou apresentar um modo para o jogo de cara ou coroa - mas isso pode ser generalizado para qualquer jogo. As outras simplificações tem maiores consequências: tanto o jogador quanto o Casino tem quantidade virtualmente ilimitada de dinheiro e o jogo é puramente de chance.

Regra fundamental:  QUANDO GANHAR, PARE IMEDIATAMENTE

Então vamos ao exemplo: cara ou coroa

  • Na primeira jogada, a aposta é de 1 real. Caso ele perca, terá perdido R$ 1,00. Caso ganhe, ele ganha R$ 2,00. Se ele ganhou, saiu no lucro com R$ 1,00 e parou. Se ele perdeu, então continue...
  • Na segunda jogada, a aposta é de 1 real. Caso ele perca, terá perdido R$ 2,00 no total. Caso ganhe, ele ganha R$ 2,00. Se ele ganhou, empatou (zero perda) e parou. Se ele perdeu, então continue...
  • Na terceira jogada, a aposta é de 2 reais. Caso ele perca, terá perdido R$ 4,00 no total. Caso ganhe, ele ganha R$4,00. Se ele ganhou, empatou (zero perda) e parou. Se ele perdeu, então continue...
  • Na quarta jogada, a aposta é de 4 reais. Caso ele perca, terá perdido R$ 8,00 no total. Caso ganhe, ele ganha R$8,00. Se ele ganhou, empatou (zero perda) e parou. Se ele perdeu, então continue...
  • Na quinta jogada, a aposta é de 8 reais. Caso ele perca, terá perdido R$ 16,00 no total. Caso ganhe, ele ganha R$16,00. Se ele ganhou, empatou (zero perda) e parou. Se ele perdeu, então continue...
  • Na sexta jogada, a aposta é de 16 reais. Caso ele perca, terá perdido R$ 32,00 no total. Caso ganhe, ele ganha R$32,00. Se ele ganhou, empatou (zero perda) e parou. Se ele perdeu, então continue...
  • Na sétima jogada, a aposta é de 32 reais. Caso ele perca, terá perdido R$ 64,00 no total. Caso ganhe, ele ganha R$64,00. Se ele ganhou, empatou (zero perda) e parou. Se ele perdeu, então continue...
  • Na oitava jogada, a aposta é de 64 reais. Caso ele perca, terá perdido R$ 128,00 no total. Caso ganhe, ele ganha R$128,00. Se ele ganhou, empatou (zero perda) e parou. Se ele perdeu, então continue...
  • Na nona jogada, a aposta é de 128 reais. Caso ele perca, terá perdido R$ 256,00 no total. Caso ganhe, ele ganha R$256,00. Se ele ganhou, empatou (zero perda) e parou. Se ele perdeu, então continue...
  • Na décima jogada, a aposta é de 256 reais. Caso ele perca, terá perdido R$ 512,00 no total. Caso ganhe, ele ganha R$512,00. Se ele ganhou, empatou (zero perda) e parou. Se ele perdeu, então continue...
E assim por diante...

Claro que a pergunta vem a mente: " Mas o que garante que em 10 jogadas eu irei ganhar?"

De novo as probabilidades: a chance de perder 10 vezes consecutivas é 1/1024 - ou menos de 0.1%.

Não tem erro...

"Mas RAX, e isso é cara ou coroa. Você não tem algo para roleta por exemplo?"

Esta técnica pode ser usada com modificações na roleta apostando no vermelho/preto (há o zero e o duplo zero que estragam um pouco - mas nem tanto assim). Mas note que as apostas sobem com 2^(N-2). Ou seja, lá pela décima sgunda jogada é necessário que o jogador aposta R$ 1024,00 e na vigésima-segunda jogada o jogador deve apostar R$ 1.048.576,00

sábado, 17 de janeiro de 2015

Inflação de 2014

Então como as previsões se comportaram?
  • Para novembro a previsão foi de 0.53% [0.34,0.72]e a realidade foi de 0.51%
  • Para dezembro a previsão foi de 0.59% [0.4,0.78] e a realidade foi de 0.78%
E o resultado anual?
  • A previsão foi de 6.2% [5.8,6.6] e a realidade foi de 6.4%
Nada mal

Sem juros?

Bem, isso não existe. O preço à vista e o preço parcelado não podem ser iguais. A razão é que o valor à vista pode ser atingido após um tempo simplesmente aplicando o dinheiro.

Existe um custo associado a diferença entre pagar na hora e pagar em prestações.

Mas então como é que várias lojas fazem isso?

Bom, a verdade é que o preço "à vista" já inclui o valor do juro. Geralmente por um período de 6 meses (mas podendo ser maior).

Então qual é o preço real.

Bem, é possível calcular. Mas em um ambiente de inflação baixa é de supor que o mesmo contém pelo menos a inflação do período.

Supondo 6% a inflação anual temos então algo como 3% em seis meses (próximo disso, pelo menos). Então para cada R$ 1,00 do custo temos algo como R$ 0,97 no custo "verdadeiro".

Mas isso é só assumindo a inflação. Assumindo a SELIC temos algo na vizinhança de R$ 0,95 para cada R$ 1,00.

Dado que a SELIC é a taxa básica, não é de se supreender se o valor esteja entre R$ 0,90 e R$ 0,95 para cada R$ 1,00.

Então, qual o valor real?

Simples basta multiplicar o valor "à vista" por 0,95 no caso de 6 meses, e o leitor terá uma boa idéia do valor real. Já para um ano multiplique por 0,9

Assim esta TV de R$ 2879,10 tem o seu valor real próximo a R$ 2591,20

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo e a Liberdade de Expressão

Após o terrível ato terrorista contra o Jornal Satírico Charlie Hebdo estamos vivendo uma situação muito curiosa e, poderíamos dizer, até cômica se olhada na posição de um extraterrestre que estivesse visitando nosso país.

Estamos na situação da "Liberdade de Expressão, mas..."

E aí eu tenho que deixar bem claro: os que falam este "mas" em sentenças correlatas não são a favor da liberdade de expressão.

Eles são a favor de "certas liberdades de expressão".

Geralmente, estas estão ligadas aos interesses dessas pessoas e grupos. Qualquer coisa fora disso não é considerado "sagrado".

Perceba, caro leitor, liberdade de expressão implica em responsabilidade também. Caso esta comece a prejudicar as pessoas, ou instituições (calúnia é um exemplo que vem a mente), os prejudicados sempre podem exigir reparação judicial.

Bem, pelo menos essa é a teoria. Na prática, a coisa é bem mais complicada (a justiça, por exemplo, nem sempre é confiável - em particular aqui na terrinha).

Ainda com essa questão da justiça poder falhar, a liberdade de expressão não pode e não deve ser cerceada por causa disso.

E claro, vários grupos islâmicos de enorme poder econômico poderiam ter retalidado economicamente, tudo dentro da lei.

Já sair por aí atirando em quem fala o que não gostamos - bem, isso está errado.

Mas há outro problema aí - nesse atentado há duas forças que fazem o tico e o teco dos "detentores do bem maior" entrar em curto: os grupos islâmicos são minorias (não são) e oprimidos (também não são - alguns grupos são, mas nem todos). Portanto temos o caso de um oprimido se virando contra um opressor, não?

Eh... não!

Os oprimidos nesse caso é o que estavam do lado errado das AK-47 usadas no crime. Só que eles eram brancos, bem de vida e... isso bagunça o "bem e o mal" na cabeça das pessoas.

Então, caro leitor, você deve ter lido ao lado do "Je suis Charlie", alguns "Je ne suis pas Charlie". As vezes falando obliquamente, as vezes falando claramente que as vítimas na realidade são culpadas pelo que aconteceu.

Bem, em defesa desse pessoal: Usar a liberdade de expressão requer um bocado de coragem em algumas situações. E por vezes que a usa se queima (figurativamente e por vezes literalmente). E ficar meio no seu canto, ou em cima do muro, é conveniente e pode levar a uma vida longa.

E por fim existem os defensores da liberdade de expressão desde que não aqui. Esses são de longe os mais cômicos: eles acham um absurdo o que aconteceu na França, mas quando o caso é no Brasil, para eles a situação é diferente. Um caso que vem a mente foi o de Rafinha Bastos com suas piadas sem graça.

Mas a lista é longa (Bolsonaro, Jean Willys, etc...).

Ah, e quase tinha me esquecido: existe mais um caso - o do relativista sem vergonha. Por que sem vergonha? Porque normalmente começa falando "Ah, mas no país XXX morreram 10, 100 ou 1000 vezes mais que na França no mesmo dia."

Bom, isso não justifica, redime, ou move uma palha sobre o que aconteceu na França.

Normalmente, é simplesmente uma forma de mostrar "superioridade moral" indicando que o destaque de um massacre foi menor do que o de outro massacre.

Na boa... alguém acredita mesmo que isso é argumento que se use?

Sim, caro leitor, eu realmente estou de saco cheio dessas pessoas. E por esse motivo estou colocando aqui as motivações reais delas.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Quando o cientista vira ativista

Esse é o pesadelo social transformado em realidade: quando o cientista vira ativista, ele costuma deixar a ciência de lado e torna-se mais um pregador do que um cientista.

Exagero?

Vejamos alguns casos...

O primeiro é particularmente interessante pois está ligado a questão da dieta das pessoas. Ok, verdadeiro ou falso? Gorduras saturadas são a principal causa de ataques cardíacos!

Essa é fácil, né?

Não é verdade (quem já leu este blog já encontrou uma postagem interessante sobre esse ponto antes). O problema é que Ancel Keys se convenceu, e convenceu praticamente todo mundo que isso era o que acontecia. Através de um estudo, ele praticamente criou a "certeza".

Só que a ciência não parou. E o que vemos hoje foi que as convicções de um homem (em conjunto com de outros) criaram a lipofobia.

Bem, em defesa dele, há muito que não se entende a respeito de como o corpo humano assimila os alimentos. Mas o ponto é que a "verdade científica" foi substituída pelas convicções de uma pessoa.

Mas esse não é de longe nem o único caso...

Sal, por exemplo, é outro. Graças Lewis Dahl todo mundo ficou apavorado com os efeitos perniciosos do sal. E, naturalmente, a coisa não é bem assim.

Só que agora, o dano está feito...

Outro exemplo?

Que tal, Óleo de Peixe prevente doenças cardiacas? Pois é, Jorn Deyerberg fez um estudo a respeito.  Só que a base de estudo era um tanto quanto fraca.

Bem, pelo menos a indústria do tal Omega-3 ganhou um fólego antes inexistente...

E a lista continua...

Ano Novo, Vida Nova

Como o ano de 2014 foi marcado por uma intensa falta de postagens no blog, vou tentar mudar um pouco em 2015.

A bem da verdade, em parte, eu estava um tanto cansado com que via nas mídias sociais. Eleições - principalmente!

Então vamos começar o Ano Novo com posts novos (além deste de Boas Vindas).

Então vamos começar!