quarta-feira, 31 de agosto de 2011

E Jaqueline Roriz não foi cassada, voto secreto é culpado?

Bem a notícia de hoje é sobre o arquivamento do processo de cassação de Jaqueline Roriz. Naturalmente isto deu origem a muitas manifestações de repúdio de diversos deputados. O problema naturalmente é mais embaixo.

Uma rápida pesquisa por um site da transparência mostra que mesmo entre os detratores, existem aqueles que tem uma relação, digamos, tempestuosa com a justiça. Existe ainda toda a questão que se as provas contra Jaqueline Roriz tivessem sido divulgadas antes, os eleitores não a teriam escolhido.

Pode ser que sim, mas pode ser que não. Há realmente um elemento assimétrico nesta história. De qualquer modo fica a certeza que o julgamento (e a votação) foram políticos. E isto, conforme já disse anteriormente neste blog, não tem nada a ver com fazer justiça.

Então temos um mistura de hipocrisia de uma maioria (tanto dos que votaram e não se rebelaram, quanto dos que não votaram e se rebelaram). Mas junto com isto há a questão do voto secreto. Há indicações que a anonimidade do voto secreto permitiu que os deputados fizessem um discurso e votassem de outro modo. Da mesma forma existem estudos que indicam que a anonimidade traz um efeito curioso.

Essencialmente a falta de responsabilização, ou mesmo sua pulverização em um grupo, pode eventualmente gerar um comportamento contrário ao eticamente esperado.

Mas nesse caso, dado que diversos membros do congresso teriam razão para se preocupar com o precedente aberto pela condenação E todos puderam votar no conforto do voto secreto, então o resultado não é exatamente inesperado.

Bem, por isso o voto secreto deve ser abolido? Bem, aí há controvérsias... Existe um perigo de termos decisões eminentemente populistas saindo da câmara.  Temos também o perigo de compra deliberada de votos nesta história.

Minha opinião? Quanto mais transparente, melhor.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mentiras, Estatísticas e Lei Seca

Bem, de novo a Lei Seca chega ao Correio Braziliense. O foco é a queda no número de mortes depois da aprovação da referida lei. Queda no DF, diga-se de passagem.

Mas a reportagem traz alguns números. E isto é sempre interessante, pois apesar da interpretação ser torcida, os números costumam indicar aonde isso ocorreu.

Vamos a eles:
Antes e depois da tolerância zero
Estatísticas do Detran-DF revelam que o número de vítimas e de
acidentes fatais ainda é menor que antes de a lei seca entrar em vigor, 
em 20 de junho de 2008. A má notícia é que o percentual de 
redução tem sido menor ano a ano.

20 de junho de 2007 a 20 de junho de 2008    
Acidentes fatais     462    
Mortes no trânsito     500    

20 de junho de 2008 a     Variação em relação ao 
19 de junho de 2009    ano anterior à lei (em %)  
Acidentes fatais: 384    - 16,9    
Mortes no trânsito: 422    - 15,6

20 junho de 2009 a 19 de junho de 2010
Acidentes fatais: 402    - 13
Mortes no trânsito: 442    - 11,6

20 de junho de 2010 a 20 junho de 2011
Acidentes fatais: 417    - 9,7
Mortes no trânsito: 453    - 9,4


Mas e de onde vieram os dados? Bem, do DETRAN-DF. Na realidade os gráficos são muito mais interessantes de serem observados do que os dados dos jornal. Prestem atenção ao gráfico de índice de mortos por 10 mil veículos. Ele vem DIMINUINDO de modo consistente desde 1995! A mesma coisa pode ser dita do índice de mortos por 100 mil habitantes.

A pergunta óbvia é: mas está diminuindo desde ANTES da lei Seca? A resposta óbvia é: SIM. O gráfico do número de acidentes é bem ilustrativo. O que aconteceu no período de maior diminuição (1995-1998)? A obrigatoriedade do cinto de segurança, a instalação dos pardais, a campanha paz no trânsito e as faixas de pedestres.

Estas reduções foram muito mais significativas que a ocorrida em virtude da Lei Seca. É bastante sintomática uma frase do texto do jornal:
Um estudo do Instituto de Medicinal Legal do DF (IML-DF) apontou que 49% das pessoas que perderam a vida no local do acidente estavam alcoolizadas. O exame de sangue foi realizado em 262 dos 292 mortos (no local) entre 1º de julho de 2008 e 31 de dezembro de 2009. Do total de vítimas, 115 eram condutores e 52,2% delas estavam alcoolizadas. Parece ironia, mas, entre os 58 passageiros mortos, apenas 36,2% estavam alcoolizados.

Se 49% estava alcoolizadas, isto quer dizer que 51% não estavam alcoolizadas. O que isto quer dizer? Nada, absolutamente nada se não soubermos a percentagem de pessoas que dirigem alcoolizadas (?). Supondo algo como 10%, temos p(morrer|bebado) = p(bebado|morrer)*p(morrer)/p(bebado) [p(bebado|morrer) = 0.49, p(morrer) = 0.08, p(bebado) =0.1, ou seja 0.392]

sábado, 27 de agosto de 2011

Fina estampa

Grande trilha instrumental. Muito melhor que o original, na minha opinião!

O "original":

Porque das aspas? Veja o Karoke...

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Fatos e Versões

É sempre o problema do telefone sem fio... Mas a coisa fica legal quando temos acesso a mensagem divulgada e a mensagem original. Nesta semana o site Opera Mundi saiu com o texto bombástico:

Wikileaks: Para EUA, Veja fabricou proximidade do PT com as FARC por objetivos políticos

Mas o que é verdade? A verdade é que o texto da embaixada fala da motivação política, mas deixa claro que as suspeitas são de brigas internas entre militares a a ABIN.

Vamos ao que foi dito pelo Opera Mundi:
No documento, fica explícito o estranhamento do embaixador norte-americano em relação a demora de três anos para divulgação do possível financiamento. "A história mais parece uma manobra política. O que é incontestável é que os membros do PT e representantes das FARC estiveram juntos em um encontro, mas não há provas de colaboração financeira", disse.

Para ele, o que deveria ser uma denúncia importante tornou-se uma ferramenta arquitetada pela Veja para minar a candidatura de Lula ao segundo mandato. "Enquanto os opositores e a outros veículos de comunicação estão notavelmente desinteressados em prosseguir com as acusações e investigações, parece que a Veja está exagerando os fatos", conclui o embaixador.


E o que foi dito pelo texto da embaixada:
The FARC-PT meeting occurred as campaigning for the 2002 elections was heating up and Lula's campaign gained steam.  This raises the question, if ABIN and the then-Cardoso administration were aware of something as explosive as a FARC-PT link in the run-up to the election, why was this not leaked immediately to damage Lula's campaign against their preferred candidate?  After all, the Cardoso administration is believed to have torpedoed another candidate, Roseana Sarney, in April 2002 by ordering a police raid on her husband's office.  Thus, the Brazilian political questions are less explosive than the original story:  why the case was not made public in the midst of the 2002 campaign, why it was made public now, and why senior ABIN officials are publicly indicating that they did not take the case terribly seriously in 2002, when other ABIN sources tell mission elements that there was in fact a thorough investigation.  


Post believes part of the answer is bureaucratic infighting.  ABIN chief Mauro Marcelo was appointed by Lula after a career as a Sao Paulo police officer, and he is still distrusted by some in the military and ABIN, who may have leaked the story to discredit him and Lula.  (Note, a few weeks ago there was a similar leak that ABIN agents would travel to Cuba for professional exchanges.)  Other animosities have been stoked because the administration allows FARC to send representatives to Brazil (including a delegation at January's World Social Forum in Porto Alegre) over the objections of the Colombian government.  Unless there are further, concrete disclosures, this case may go the way of most Brazilian mini-scandals and be forgotten in a few weeks.

Então, qual é o veredito?
Brigas internas que usaram Veja como instrumento de vazamento. Coisa que Veja aceitou de bom grado.

Mas como vemos pelo próprio texto e a fonte original, o mau uso de informações bombásticas por motivos menos altruístas não é privilégio de Veja mas também prerrogativa do Ópera Mundi.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Doxed?

Aparentemente, foram identificados os membros do LulzSec e o cabeça do Anonymous.

Em particular, o famoso Sabu parece ter sido identificado. Será que isto é verdade?

Bem, em uma página do Pastebin, o nome de Hector Xavier Monsegur é apontado como sendo Sabu.

A questão é que o último post do twitter de Sabu é de 17 de Agosto. No dia 13 de agosto uma reportagem sugeriu que ele era outra pessoa.

Quem é realmente Sabu? Eu não sei, mas posso fazer alguns chutes educados. Não dá para saber o gênero exatamente, mas dadas as estatísticas, eu daria 4 chances em 5 de ser do gênero masculino. Sabu já demonstrou conhecimento de línguas, mesmo que não dê para dar certeza com o advento do google tradutor. Ele já escreveu em Inglês (cerca de 500 milhões de pessoas), Português (cerca de 300 milhões de pessoas), alemão (cerca de 100 milhões de pessoas). Não dá para chutar a nacionalidade, mas este extrato é interessante.
Além disto ele é um profissional de IT, e existem cerca de 10 milhões destes no mundo inteiro.

Então supondo relativa independência (e uma população de 6 bilhões), temos inglês (1 em 12 chances), português (1 em 20) e alemão (1 em 60). Ou cerca cerca de 70 candidatos no mundo de IT que satisfazem este perfil (se considerarmos apenas homens este número é de cerca de 55).

Em tese, seria o caso de fazer uma lista destes 55 e cruzar com outras bases de dados. Mas isso é mais fácil falar do que fazer. Curiosamente, o candidato Hector parece satisfazer estes critérios muito bem.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Os Heróis de antigamente...

Ou você morre um herói, ou vive tempo bastante para virar o vilão.É uma frase de cinema, no entanto muito apropriada aos dias de hoje.

Caso em questão: Líbia de Muammar Al Gaddafi.

Estamos vendo uma revolução na Líbia. No momento ninguém sabe aonde Gaddafi está e nem todas as ramificações deste evento.

Mas há um padrão interessante: Gaddafi já foi herói revolucionário (socialista) e escreveu o famoso livro verde. Ele apoiou "atividades revolucionárias" de diversos grupos em diversos países.

Dependendo de quem você perguntar, o pessoal que quer tirar Gaddafi do poder é revolucionário ou contra-revolucionário. Temos gente bem conhecida que faz coro a teoria da agressão imperialista da OTAN.

Percebam que alinhar-se a favor ou contra Gaddafi é uma escolha complicada: ele é o herói ou vilão desta história.

Algum tempo atrás eu teria esta resposta na ponta da língua. Hoje não tenho mais tanta certeza assim...

A foto é da wikipedia.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sobre tumultos em geral

Estive pensando mais sobre os do Reino Unido e creio que descobri algo interessante: o formato dos tumultos é mais ou menos uniforme.

Há um evento de gatilho, depois uma onda de protestos, esta onde se transforma em uma onda de saques, violência e tumultos em geral. E aí a coisa começa a ficar interessante...

Neste ponto é que a natureza do evento é transformada de acordo com o discurso de jour. Podem ser efeitos de contração social, corte nos subsídios, racismo institucionalizado, falta de fibra moral... O leitor pode escolher.

Há vários elementos nos tumultos que desafiam teimosamente as explicações sociológicas mais comezinhas (nisto aproveito para destroçar alguns dos esteriótipos que são usados para racionalizar sobre o assunto).


  • Aos 0:33, o sociólogo afirma estar surpreso com a forma que o governo britânico vem encarando e analisando os acontecimentos. A surpresa dele é claramente causada pelo fato do governo não estar analisando da mesma forma dele.
  • Aos 0:45, ele afirma que os jovens estão se insurgindo contra as condições deles. O problema é que os fatos não corroboram esta análise - na realidade, os fatos praticamente desmentem esta análise. Mas o que são fatos diante de uma "argumentação intelectual sólida"?
  • Aos 1:00, ele afirma que em um bairro como Tottenham há 35% de desemprego entre os jovens de 16 a 25 anos (será que isto é verdade mesmo? Não, não é). E claro que há o conveniente esquecimento do seguro desemprego.
  • Aos 1:55 ele sugere que a causa é uma falta de canais institucionais apresentação de demandas. Isso poderia justificar Tottenham, mas certamente não faz o menor sentido nas outras localidades do tumulto. Aliás, a existência destas outras localidades meio de desprova a argumentação utilizada.
  • Aos 2:14 ele sugere que parte das razões advém da crise financeira. Enquanto ele estaria correto, pois a crise  levou o governo a decidir cortar diversos benefícios e isto causou imensas manifestações. O problema é que: nem os cortes realmente começaram e que o timing dos tumultos está todo equivocado com relação aos cortes. Não encontrei a informação sobre o fechamento dos centros de cultura (ao contrário encontrei site de vários), mas o ponto central é que isto não explica o resto - só explica Tottenham.
  • Aos 3:30 ele afirma que são jovens que não encontram emprego, que tem dificuldade de acesso a escola, que vivem toda sorte de discriminações. Só que isto não explica tudo que aconteceu. Há sim casos deste tipo, mas há casos que praticamente contradizem o raciocínio por trás da explicação ( que é: são marginalizados e por isso quebram as leis).
  • Aos 4:25 ele falha que deve se separar o evento faísca do contexto que é cada vez mais conflitivo. Parece um bom conselho, mas na realidade ignora que multidões possuem uma dinâmica própria (e tem gente que vive de estudar isto). E apesar desta pode até ser parcialmente predita ou modelada.
  • Ao 5:00 ele compara a situação dos tumultos com as manifestações no Chile. E aí a coisa vai ladeira abaixo: duas situações diferentes, com causas diferentes e resultados diferentes sendo comparadas como iguais? Baseado em que? Somente um filtro ideológico pode conduzir a um raciocínio que leve a dizer que estes eventos são equivalentes (são jovens, enfrentaram a polícia, estão descontentes - logo são eventos iguais?)
  • Mas o escorregão final é aos 5:20, aonde ele infere os pontos em comum: jovens, discriminados, de outra cor, de outra nacionalidade, de bairros pobres. E aí a coisa pega: cidadãos de outras nacionalidades agiram contra os tumultos, jovens de outra cor mas nada discriminados aturam nos tumultos (para desespero e vergonha dos pais). Em suma: tudo ao contrário do que o raciocínio levaria a concluir.

O que eu acho? Acho que começou como um protesto e depois virou tumulto only for the Lulz...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um sopro de ar fresco nas torres de marfim

Finalmente começou a surgir a reação a uma relação incestuosa que vem ocorrendo no país faz um tempo. Do que se trata? Do uso da imprensa por promotores e procuradores como forma de pressão em julgamentos.

A idéia é simples e aparentemente com boas intenções, e como todas as boas intenções, o potencial para o mau uso é gigantesco. No caso, o promotor ou procurador "vaza" informações da investigação para membros da imprensa de modo a criar força de condenação através da opinião pública.

Ou segundo o texto do Observatório da Imprensa:

A coisa está passando meio despercebida, mas é uma das decisões judiciais mais importantes dos últimos tempos: um promotor que divulgou partes de um processo em segredo de justiça teve de responder a uma ação de danos morais. Perdeu no Tribunal de Justiça de São Paulo e no Superior Tribunal de Justiça.
E por que é importante? Porque houve vários casos em que autoridades, para ganhar a batalha da opinião pública antes que a causa fosse julgada na Justiça, deixaram vazar informações de processos para prejudicar os réus (prejudicar, a propósito, é a palavra correta neste caso: em seu sentido original, significa prejulgar). Não é questão de citar caso a caso (embora, nas notas abaixo, haja algumas informações complementares), mas de mostrar que uma conduta até agora tolerada, apoiada até pela imprensa, acabou sendo enquadrada nos limites da lei

Naturalmente, a idéia é que este tipo de ação cause um constrangimento nas autoridades responsáveis de modo a não tentar esconder "os podres" dos investigados.

Tudo muito bom e tudo muito bem, só que com um pequeno problema: E se o réu não for culpado?

Basicamente? Ele se lasca de verde e amarelo. Mas nem isso era o mais interessante...

O mais interessante é o que acontecia com o promotor no caso em que o réu fosse inocentado a despeito da campanha pública de culpabilização... Sabe o que acontecia? Nada... Não me entendam mal, os veículos de comunicação poderiam ser até responsabilizados pelo ato de culpabilização, mas já o promotor...

Então o que foi decidido?

A defesa do promotor alegou que, como os juízes, os promotores não podem estar sujeitos a pedidos de indenização movidos pelos ofendidos; e também que estariam a salvo “de responsabilização civil por seus eventuais erros de atuação”.
O tribunal decidiu que se espera do promotor que não dê publicidade aos casos e processos em que atua, menos ainda em questão que envolva segredo de justiça; e que os danos morais decorreram não de sua atuação institucional, como promotor, mas por dar publicidade dos fatos à imprensa.
Uma sentença como esta contribui para que promotores e advogados disponham de armas iguais num julgamento, sem tanta pressão da opinião pública para que réus sejam condenados, não importa se culpados ou não.

Assim, agora o promotor ou procurador deve pensar duas vezes (ou mesmo mais) antes de "vazar" informações para imprensa.

Claro que a própria imprensa não está totalmente isenta de culpabilidade nesta história:

Este tipo de pressão é usado com frequência e poucas vezes os meios de comunicação o denunciam – até porque podem ser beneficiados pelos vazamentos. Há algum tempo, num processo, este colunista e a jornalista Marli Gonçalves eram os únicos repórteres presentes. Mas a reportagem saiu em diversos jornais, assinada, e coincidentemente destacando o ponto de vista do promotor do caso – incluindo até, o que foi pitoresco, o mesmo erro no nome de quem presidia a sessão.
Um famoso procurador chegou a enviar carta a colegas recomendando que usassem a imprensa para vazar informações contra seus alvos, de maneira a constranger os juízes a aceitar os pedidos de prisão e a não relaxá-los. Muitos jornalistas gostam dessas coisas: a matéria já vem pronta, chancelada por alguém que goza de fé pública, com farta documentação. É parcial? É; mas o que custa fazer um favor ao amigo, sabendo que isso mais tarde vai render outras matérias? E tome “provas robustas”, “provas contundentes” e outras coisas de uma linguagem que repórter não usaria, se estivesse fazendo a reportagem.

O problema pode finalmente chegar a termo, agora há chance que os procuradores e promotores possam ser responsabilizados por vazamentos de informação com vistas a garantir uma condenação.

Parece um preço grande a se pagar, mas não é. Assim como o poder corrompe, a impunidade auxilia o crime. Impunidade de qualquer um - ou em outras palavras: ninguém deve estar acima da lei.

Margaridas em Marcha

Hoje temos a Marcha das Margaridas aqui em Brasília. O evento foi bem divulgado e espera-se algo em torno de 50 a 70 mil participantes.

Ao contrário do que se imagina por aí, Brasília tem manifestações públicas praticamente toda semana (depois falam que brasileiro é acomodado). Algumas manifestações tem mais gente, e outras nem tanto. Mas via de regra tem sempre alguma coisa acontecendo.

Temos algumas fotos disponíveis

Pelo mostrado na foto desconfio que não temos esta quantidade toda de gente. Pela cara da foto, que imagino ser a densidade típica de pessoas, temos algo como 1 a 3 pessoas por metro quadrado mas com bastante espaço livre. Isto deve dar cerca de 1 a 2 pessoas por metro quadrado.

Com a foto anterior, temos uma área de 200 m por 100 m ande estão as barracas, e uma de 175 por 100 da pista até a rampa do congresso nacional.

Supondo ocupação de 1/2 na primeira área e 1/3 na segunda temos:

200/2 *100* pessoas/m^2 +175/3*100* pessoas/m^2 = (100+58)*100*pessoas/m^2 = 15.800 * pessoas/m^2
Portanto:

  • Se tivermos 1 pessoa/m^2 teremos 15 mil e 800 pessoas
  • Se tivermos 2 pessoas/m^2 teremos 31 mil e 600 pessoas
  • Se tivermos 3 pessoas/m^2 teremos 47 mil e 400 pessoas

Você decide quantas pessoas realmente estão lá... Para ajudar temos também vídeos....
Um deste evento (2011)

E um vídeo com imagens de 2007

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Jogando fora o sofá da casa

Esta expressão é conhecida de uma famosa piada (que na realidade é mais antiga do que se imagina normalmente).

Pois bem, dessa vez temos o Reino Unido, ou mais especificamente o seu Primeiro Ministro tomando atitudes similares. O que ele fez? Essencialmente o velho problema de apontar causas erradas.

Na realidade é até pior: os comportamentos dos tumultos do Reino Unido sempre foram assim (atear fogo, roubar, depredar...).

O que foi que mudou?

Certamente não foi o modus operandi nos tumultos. Então o que mudou?

Será ele um tolo? Nada disso, muito pelo contrário. Ele quer utilizar isto como bandeira... Assim como outras pessoas fizeram quando os tumultos aconteceram antes (só que neste caso utilizaram a discriminação racial e violência policial como bandeira). Veja o que ele diz, e perceba como a intenção é quase transparente:

In the speech, to be delivered outside London, Cameron will say: "Over the next few weeks, I and ministers from across the coalition government will review every aspect of our work to mend our broken society, on schools, welfare, families, parenting, addiction, communities; on the cultural, legal, bureaucratic problems in our society too; from the twisting and misrepresenting of human rights that has undermined personal responsibility, to the obsession with health and safety that has eroded people's willingness to act according to common sense – and consider whether our plans and programmes are big enough and bold enough to deliver the change that I feel this country now wants to see."


Ele não quer resolver o problema, ele quer avançar sua agenda - de modo muito similar como outros fizeram mais de 30 anos atrás (no Reino Unido).

No fundo a questão é que ao invés de resolver o problema (adultério), as lideranças costumam oferecer como solução jogar fora o sofá da casa...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quando a realidade falhou em acompanhar a teoria

Obviamente, o título é um jogo de palavras. Não foi a realidade quem falhou, mas a teoria. Só que, infelizmente,  não é assim que as pessoas reagem.

Isso é tão invasivo na nossa forma de funcionar que costumamos nem notar. Caso em questão: tumultos na Inglaterra.

Inicialmente, falou-se que a razão dos tumultos foram a tensões sociais. O problema é que a medida que mais informações sobre os participantes dos tumultos passou a ser divulgada, esta tese deixou de explicar o que aconteceu. Para torcer ainda mais a situação, cidadãos ingleses imigrantes e descendentes de imigrantes passaram a fazer o papel da polícia para frear os abusos que aconteciam.

O fato é que as explicações sociológicas para o que aconteceu começaram a falhar a medida que mais e mais informação passou a ser conhecida. Os causadores dos tumultos não eram paupérrimos, nem com pouca educação, tinham acesso ao serviço médico e tinham certo nível de conforto.

A explicação de guerra de classe começava assim a falhar...

Então passou-se a explicação da tensão racial. Mas aí não foram grupos raciais definidos que realizaram os ataques. Ao mesmo tempo, comunidades passaram a se unir para fazer o papel da polícia quando ela faltava com suas responsabilidades.

A explicação da guerra de raças começava assim a falhar...

Claro que houve aproveitamento político - os trabalhistas usaram o que aconteceu como bandeira contra as reformas de David Cameron (há críticas neste tipo de atitude para todos os lados - o primeiro ministro também esta aproveitando os acontecimentos para avançar uma agenda política que não é necessariamente do interesse da população).

Mas nesse ponto posso falar um pouco sobre minha experiência na Inglaterra: em 2007 quando estive em Nottingham, fui ao cinema à noite com o professor que estava me recebendo. Na saída do cinema fiquei chocado com a enorme quantidade de pessoas nas ruas entrando e saindo de pubs. Tudo até bastante ordeiro, mas eu ficava imaginando o que poderia acontecer se todos agissem de modo "menos britânico"...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Uma constatação brilhante

Devo admitir que esta tirinha do xkcd é razoavelmente fiel a realidade. A entropia na ciência de informação é definida assim:
H(X) = \sum_{i=1}^n {p(x_i)\,I(x_i)} = -\sum_{i=1}^n {p(x_i) \log_b p(x_i)},
Se considerarmos que o alfabeto ASCII (128 caracteres representados por 8 bits) uma senha de 5 caracteres absolutamente aleatória tem probabilidade (1/128)^5 (ou seja a chance de acerta-la ao acaso é de 1 em 34359738368). Se usarmos um computador que faça 1024 chutes por segundo, temos um tempo para achar a senha de 388 dias (na realidade é bem mais rápido do que isso).

Naturalmente isto pode ser razoavelmente diminuído se há regularidades. Se a senha só possui letras do alfabeto e letras minúsculas, a chance de acertá-la ao acaso caí para 1 em 11881376. Nas contas anteriores, o tempo cai para 3 horas.

A verdade é que quebra de senhas é um trabalho complicado.

Mas de longe o uso de senhas baseadas em sentenças ao invés de apenas uma palavra é bem mais simples e pelo menos igualmente mais segura. Por exemplo, em termos de probabilidades a senha %A3r& tem 1 em 7339040224 de alguém acerta-la aleatoriamente. Mas a frase bomporque tem chance de 1 em 5429503678976 de alguém acerta-la aleatoriamente.

O Truque de Confiança

Chama-se Confidence Trick. Existem vários deles, mas um deles que acho particularmente deplorável é o uso da boa vontade das pessoas. Isto pode ser feito através de mentiras como doenças reais em pessoas imaginárias ou doenças imaginárias em pessoas reais.

Temos dois casos que merecem divulgação. Um deles o de Ashley Anne Kirilow.

Mas outro igualmente sério e potencialmente mais danoso é do homem que diz ter sido curado de AIDS.

Pois ele nunca teve o vírus da AIDS. E aí temos duas possibilidades: ele foi enganado e pensou que tinha o vírus, ou ele enganou sabendo que não tinha o vírus. O que o exemplo anterior de Ashley mostra é que a soma de probabilidades demanda que se leve em conta a chance de pessoas estarem mentindo, pura e simplesmente.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

E agora o alvo é o Facebook

Hoje o grupo Anonymous designou seu mais novo alvo: Facebook. Vejam vocês mesmos a mensagem:

Segundo o tradutor do Google, o texto é esse

Cidadãos a atenção do mundo,
Queremos chamar sua atenção, esperando que você prestar atenção aos avisos da seguinte forma:
O seu meio de comunicação a todos vocês tão caro adore serão destruídos. Se você é um hacktivist dispostos ou um cara que só quer proteger a liberdade de informação, em seguida, aderir à causa e matar facebook por causa da sua própria privacidade.
Facebook tem vindo a vender informações a órgãos do governo e dando acesso clandestino a empresas de segurança da informação para que possam espionar pessoas de todo o mundo.Algumas dessas chamadas empresas whitehat infosec estão trabalhando para governos autoritários, como as do Egito e da Síria.
Tudo que você faz no Facebook permanece no Facebook, independentemente da sua "privacidade" configurações e excluir sua conta é impossível, mesmo que você "delete" a sua conta, todas as suas informações pessoais permanece no Facebook e podem ser recuperados a qualquer momento. Alterar as configurações de privacidade para fazer a sua conta do Facebook mais "privada" é também uma ilusão. Facebook sabe mais sobre você do que a sua família.
Você não pode esconder a realidade na qual vocês, o povo da internet, ao vivo dentro do Facebook é o oposto da causa Antisec. Você não está seguro com eles, nem de qualquer governo. Um dia você vai olhar para trás sobre isso e perceber o que temos feito aqui é certo, você vai agradecer os governantes da internet, não estamos prejudicando você, mas poupando-lhe.
Os distúrbios estão em andamento. Não é uma batalha sobre o futuro da privacidade e publicidade. É uma batalha para a escolha e consentimento informado. É desdobrar porque as pessoas estão sendo estupradas, cócegas, molestado, e confuso em fazer as coisas onde elas não entendem as conseqüências. Facebook continua dizendo que ele dá aos usuários escolhas, mas isso é completamente falso. Ele dá aos usuários a ilusão de e oculta os detalhes longe deles "para seu próprio bem", enquanto que, em seguida, fazer milhões fora de você. Quando um serviço é "livre", isso realmente significa que eles estão fazendo o dinheiro fora de você e suas informações.
Pense por um tempo e se preparar para um dia que entrará para a história. 05 de novembro de 2011, # opfacebook. Engajados.
Este é o nosso mundo agora. Nós existimos sem nacionalidade, sem preconceito religioso. Temos o direito de não ser vigiada, não ser perseguido, e não ser usado para fins lucrativos. Temos o direito de não viver como escravos.
Estamos anônimos
Estamos legião
Nós não perdoa
Nós não nos esquecemos
Esperam de nós
Bem, aqui cabe uma pequena reflexão sobre quem constrói sua privacidade: você ou sua rede social?

Se sua resposta for "minha rede social" então a coisa fica bastante complicada.

Racionalidade pela Janela?

Esta semana teve queda nas bolsas seguindo ao anúncio da redução da nota dos títulos do tesouro americano na sexta-feira por uma agência de avaliação de risco (Standard & Poor´s).

Até aí não é exatamente surpreendente (poderia ou não haver queda de acordo como os investidores percebessem esta notícia).

O estranho é que a procura pelos títulos americanos aumentou.

E isto não faz sentido algum. Mas naturalmente aconteceu... O que isto quer dizer?

Bem, não sei ainda. Mas posso explicar porque esta resposta é a menos esperada possível. Havia duas situações possíveis: que o mercado levasse em conta a redução da nota como significativa ou não. Se não fosse significativa, então não haveria razão para uma queda nas bolsas e sequer aumentar a procura pelos títulos da dívida americana.

Na outra situação a bolsa sofreria alterações (provavelmente queda) e os títulos não seriam muito procurados para compra, mas possivelmente para venda. Nesta hipótese, os títulos não seriam mais considerados porto seguro.

De qualquer maneira, a procura pelos títulos deveria ou não sofrer variação significativa, ou cair.

Pois foi exatamente o contrário do que aconteceu.

Claro que a posteriori há várias possíveis explicações, que eventualmente demandam um pouco de fé pela parte do leitor. Uma delas é que os títulos já estavam desvalorizados (isto se verifica pela taxa de retorno dos bônus). O problema é que a taxa na sexta era de 2.56% ao ano e nesta segunda foi a 2.3% ao ano. Isto indica um aumento na procura dos títulos de sexta para segunda.

Então esta explicação vai para o ralo.

Sobram mais algumas: o impacto foi desprezível, mas os investidores aproveitaram para comprar títulos imaginando que eles voltasse ao patamar de fevereiro deste ano (3.7%). O problema é que esta compra forçaria uma possível baixa a ficar pior ainda, dificultando a chegada no nível de 3.7% - a não ser que os Estados Unidos estejam sinalizando aumentar a taxa de juros, o que irá piorar ainda mais o problema.

Uma outra explicação é que o impacto não foi desprezível, mas no fundo as pessoas estavam se desfazendo dos títulos. O problema é que isto não explica muito bem o comportamento de quem está comprando.

De qualquer modo, as explicações sempre estarão dentro das possibilidades "foi desprezível" ou "não foi desprezível". A parte dura é identificar qual foi o mecanismo que levou ao aumento na procura pelos títulos.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Semana Cheia?

Esta semana parece que vai ser bastante movimentada. Minha torcida é que para que esta movimentação toda continue restrita aos círculos de altíssimo nível nacional e internacional.

Mas, parece que vai sobrar para a UnB de novo. Não posso dizer que seja surpresa esta presença da UnB no olho público (sendo observada com olhares desabonadores). Só que é desagradável. Torço para que tudo seja resolvido do modo mais tranquilo possível.

Afinal, já existem terremotos suficientes acontecendo nos noticiários. Vamos ver alguns deles?

- Bolsa brasileira em forte baixa neste início de semana.
Bovespa - Segunda 08/08/11
Gráfico de variações da Bovespa
Cotação Dólar - Segunda 08/08/11

- Mercados em geral afundaram de sexta para segunda (provavelmente pela notícia do Downgrade)
U.S. stock market
Dow Jones - Segunda 08/08/11
Clique aqui para ver o gráfico em tempo-real sobre Dow Jones Histórico
Nasdaq - Segunda 08/08/11
Clique aqui para ver o gráfico em tempo-real sobre Nasdaq Composite Histórico

- Outra fonte no setor bancário concordou com a avaliação de queda da S & P
- Os Estados Unidos responderam ao Downgrade AAA para AA+ de modo, como direi?, peculiar...
- Uma pequena crise política se avolumando no Brasil
- Protestos em Londres podem virar uma versão violenta dos da Grécia e Espanha?

Deixo claro que as consequências e razões destes terremotos não são inteiramente entendidas. Pode até ser que levem a situações positivas.

No fundo, a importância deste post é para registrar o clima de incerteza e imprevisibilidade que eventos assim trazem. É muito fácil julgar a posteriori quais cursos de ações devem ser tomados em situações assim. Mas para frisar este ponto deixo aqui o conselho que ouvi hoje no UOL economia:

Você que lê este post tempos depois do ocorrido: bom conselho ou não?

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Post Scriptum: os gráficos se atualizaram sozinhos. Originalmente postei os resultados de segunda, e agora estão no ar os resultados de terça. Entenda-se isso...

domingo, 7 de agosto de 2011

Jogos de Antigamente

Pensando em complementar a seção de "Pequenas Pérolas do Cinema" considerei a idéia de incluir jogos de outrora por aqui. O primeiro é Space Invaders.

Space Invaders provided by:Free online games

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Uma questão de idade

Muitas pessoas estão preocupadas com a mudança no perfil etário da população. Esta questão não é brincadeira e pode vir a ter consequências graves na vida de praticamente todo mundo.

Por que?

Por causa da previdência social. Ao contrário de sistemas baseados em acumulação, do tipo fundo de pensão, a previdência social costuma realizar seus pagamentos mediante as contribuições anuais dos segurados que ainda não estão em idade de aposentar.

Claro que não é só aposentadoria na previdência social, mas para os efeitos deste post é isto o que interessa.

Bom, neste caso temos que a aposentadoria é garantida pelas contribuições que são realizadas por indivíduos não aposentados. Como via de regra os aposentados constituem a parcela com mais idade da população, então o equilíbrio é dado considerando o tamanho da parcela e o percentual de contribuição a ser dado.

No fundo temos a seguinte situação:
p - percentual dos que contribuem
1-p - percentual dos que não contribuem

Com isso dá para definir algumas coisas. Se todos contribuíssem de modo igual (p=1) com x teríamos:

p*x+(1-p)*x = 1*x+(1-1)*x=x

No entanto, nem todos contribuem de modo igual, os que se utilizam da previdência não contribuem para o bolo. Então temos:

p*y+(1-p)*0 = x

Isto quer dizer imediatamente que, para manter o mesmo bolo, então y = x/p (como p<1) então y > x.

O problema é que para que isto funcione, então os que contribuem devem adicionar uma produtividade maior  adicional de 1/p. Então o ganho de produtividade necessário é igual a inverso da proporção da população que contribui.

Por exemplo: se 2/3 da população contribui o ganho de produtividade deve ser de 3/2. Isto quer dizer que a medida que a proporção dos que não contribuem (1-p) aumenta, a proporção dos que contribuem (p) diminui. Logo para manter o jogo no zero a zero, a produtividade dos que contribuem deve aumentar de modo a compensar o envelhecimento da população.

Aumento de produtividade significa em poucas palavras, menos pessoas fazendo mais coisas. Ou seja menos pessoas trabalhando mais.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Usando uma boa causa para benéficio próprio

Impossível? Nada disso, é uma técnica muitíssimo utilizada. E nesse post vou dar exemplos de como as pessoas usam isto a torto e a direito...


Justificar a liberação da maconha com base nos argumentos que "sua liberação iria beneficiar aos doentes".
- Bem, o pedido de liberação da maconha certamente não é por causa do benefício que iria trazer aos doentes, mas sim para o camarada poder fumar a dele em paz. Mas é claro que falar a verdade neste caso não iria trazer muita simpatia para causa, não?
Justificar a liberação da maconha com base nos argumentos que é "mais segura que o álcool e não é letal".
- Tudo que isto fez foi me convencer dos perigos do álcool e não do benefício da maconha. Suponho que isso é na realidade uma tentativa de argumentação do tipo "proibir maconha e liberar o álcool é uma tremenda hipocrisia", não? No fundo o camarada quer mesmo é fumar sua erva em paz E tomar sua birita sem problemas. Mas de novo isso não traz muita simpatia pela causa...


Justificar diminuir a alíquota de imposto usando o conceito da curva de Laffer - ou seja que aumentar a alíquota pode diminuir a arrecadação.
- O problema é que o único consenso a repeito da curva de Laffer é que 0% de alíquota resulta em um mínimo de arrecadação. A curva frequentemente é apresentada desta maneira:
File:Laffer-Curve.svg
Mas ela pode ser muito bem desta maneira:
File:LafferCurve.svg
Em resumo, sem dados mais concretos a idéia que diminuir a alíquota irá aumentar a arrecadação é apenas uma suposição. O que o camarada quer mesmo é ter mais dinheiro no final do mês para gastar como bem quiser....

A lição que fica é que, com frequência, razões que são utilizadas para convencer não são as verdadeiras razões.