terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Bullying no Mais Fraco

A confusão da hora é a visita de Yoani Sánchez ao Brasil.
Ao chegar ao Brasil a mesma foi hostilizada por manifestantes pró-Cuba. E mesmo o evento que a mesma iria atender foi suspenso por causa de manifestantes.
Duro que a realidade atrapalha.
E claro melhor ainda foi o desmentido do governo sobre seu envolvimento no caso. Afinal, o dossie entregue não serviu para nada, não?

Bem, deixe eu deixar claro: manifestações contra pessoas públicas são naturais da democracia. Mas, o que está ocorrendo aqui é Bullying puro e simples. Será que os manifestantes conseguem se enxergar como o fortão da escola que bate no fraquinho?
Pose de bom mocinho?
Fica difícil manter a pose de bom mocinho desse jeito.

Felizmente a Blogueira foi bem mais razoável do que os manifestantes.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Tira Teima

A internet e a mídia em geral esta cheia de previsões catastrofistas.

Mas se olharmos o histórico de acerto destas previsões, vemos que a enorme maioria é exagero dos "profetas". Então será que há um mecanismo para nos vacinarmos contra este tipo de "direcionamento*"?*

Sim, podemos usar o teorema de Bayes em conjunto com a melhoria do nível de informações. A ferramenta não é exatamente simples de usar, mas com um pouco de aplicação ela pode ser muito útil. Vamos a um exemplo hipotético: um "profeta" afirma que um determinado evento A irá certamente acontecer.

Então, podemos associar probabilidades a isto: p(evento A ocorrer) e p(evento A não ocorrer). Como as duas situação são mutuamente exclusivas e cobrem todo o universo de possibilidades (o evento pode ou não acontecer), então temos p(evento A ocorrer) + p(evento A não ocorrer) = 1.

Mas na realidade estamos interessados em outra probabilidade: a probabilidade do evento A ocorrer dado que o "profeta" falou que iria ocorrer. Neste caso, o interesse é p(evento A ocorrer | profeta falou). E ai temos as seguintes relações:

p(evento A ocorrer) =p(evento A ocorrer | profeta falou)*p(profeta falou) + p(evento A ocorrer | profeta não falou)*p(profeta não falou).
p(evento A ocorrer | profeta falou)*p(profeta falou) = p(profeta falar | evento A ocorrer)*p(evento A ocorrer)

Bom, se o profeta falou então, p(profeta falou) = 1 e p(profeta não falou) = 0. Isto torna as expressões:


p(evento A ocorrer) =p(evento A ocorrer | profeta falou)
p(evento A ocorrer | profeta falou) = p(profeta falar | evento A ocorrer)*p(evento A ocorrer)


Nesta forma, isto que dizer que p(profeta falar | evento A ocorrer) = 1. O truque aqui é olharmos as predições passadas do profeta; p(evento B ocorrer | profeta falou), p( evento C ocorrer | profeta falou) e assim por diante. Ou seja podemos supor que:

p(evento A ocorrer | profeta falou) é a média dos acertos anteriores do "profeta". Se 90% das previsões dele foram certas então podemos dizer que p(evento A ocorrer| profeta falou) = 0.9. Mas se ele acerta somente 50% das vezes, então não é um bom "profeta".

*coloco entre aspas pois nem todo "profeta" tem uma agenda secreta.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Pequenas e Grandes Vitórias

Hoje cheguei a minha meta de massa originalmente proposta: 73 kg.
Para mim, isto é uma grande vitória.
Pode parecer uma pequena vitória, mas para mim foi uma grande vitória. Eu explico: quando comecei este caminho de perda de peso, eu estava com 119 kg. Ou sejam 46 kg acima da massa que supunha ser aceitável (73 kg).

Mas, mal sabia eu naqueles idos, que pelo IMC, o limiar da massa saudável não era 73 kg, mas de 74.82 kg (não que isso faça uma grande diferença). Mesmo assim, minha meta era chegar a 73 kg.

O fato é que quando comecei esta dieta, eu não sabia muito a respeito de perda de peso. Mas segui no meu jeito nerd de ser, associando Calorias com Energia (Calorias são Joules, para ser mais preciso 1 Caloria é o equivalente a 4187 Joule - 4.2 kJ). Ou seja, não existe Caloria branca, preta, azul, positiva, ou negativa.

E com isso, toda a minha programação de dieta seguia o princípio estrito: tenho de ter um balanço negativo em Calorias. Isto poderia ser feito de três maneiras: comendo menos do que se gasta, gastando mais do que se come, ou uma combinação dos dois. A combinação é o modo mais fácil.

Logo reparei que os exercícios não gastavam tantas Calorias quanto eu inicialmente imaginava (30 minutos de caminhada era o equivalente a uma coca-cola). Então acabei por acertar a seguinte proporção: 70% da restrição calórica era em alimentos e os 30% restantes eram em exercícios.

Quanto é isto? Bom, 1 kg de gordura é aproximadamente 7700 Calorias (ou aproximadamente 32 MJ). Isso quer dizer que temos uma relação matemática que permite estimar como queremos perder peso. Queremos perder 8 kgs em 2 meses? Isso é o equivalente a 4 kg/mês ou 1 kg/semana. Ora 1 kg/semana equivale a 1100 Calorias por dia (4.6 kJ).

Isso quer dizer que temos de ter um deficit diário de 1100 Calorias se quisermos perder 8 kgs em 2 meses. Se 70% disso é obtido em alimentação e 30% em exercício, isto quer dizer: temos de tirar 770 Calorias da nossa dieta diária, e temos de gastar 330 Calorias em alguma atividade física.

Que atividade física? Bom, uma caminhada de 1 hora gasta aproximadamente 350 Calorias. E substituir parte da dieta por folhas, legumes e frutas pode muito bem cuidar dos 770 restantes. E claro: é necessário evitar, a todo custo, alimentos com um número indecente de Calorias (geralmente doces, mas nem sempre são os únicos responsáveis).

Mas isso tudo é passado...

Agora vem a outra fase, talvez até mais difícil que a primeira: manutenção e administração. E aí temos um novo desafio. Uma dieta para um homem de 1 metro e 73 centímetros com 73 kg depende do grau de atividade.  No modo mais básico (preguiçoso), a quantidade diária requerida é de 1942 Calorias (8.16 kJ). Já no modo mais ativo possível este número chega a 3075 Calorias. As 1134 Calorias de diferença estão na atividade física.

E aí é que temos a relação a ser cumprida: (ingestão - exercícios = 1942 Calorias). Esta é a equação de equilíbrio que deve ser seguida.

Até hoje eu tentava ingerir no máximo 1200-1800 Calorias. Mantendo isso está Ok, podendo até exceder ocasionalmente desde que o exercício seja mantido (algo na vizinhança de 200 a 300 Calorias por atividade).

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Um Ser Cordial.

Nos tempos atuais, fala-se muito sobre o que se quer.

Mas nota-se muito pouco sobre as consequências ou resultados disto. Parece-me que vivemos uma espécie de era da irresponsabilidade. Isso não é só no Brasil, mas aqui parece que a situação vem tomando proporções epidêmicas.

Em parte, as novas tecnologias tem levado a isso. Mas a índole da nação acaba por determinar como as coisas irão realmente caminhar.

E como é nossa índole? Bem, somos um povo que não gosta de ler, não gosta de trabalhar, adora falar sobre tudo e sobre todos, temos secretamente a certeza que somos superiores a todos que nos cercam (em verdade isso é extremamente comum mundo afora), e mais de tudo acreditamos muito mais nas palavras ao invés das ações.

Claro que temos nossos pontos extremamente positivos, mas infelizmente estes não são tão amplificados nas redes sociais quanto os negativos.

Creio, portanto, que o termo O brasileiro é um homem cordial é bem acurado. O desrespeito por regras e por normas só pode mesmo ser resolvido criando mais normas, não? Afinal, o caro leitor nunca ouviu a reclamação que vivemos em um país sem leis?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Caminhadas

Tenho como meta chegar a 73 kg. Isso dá um IMC de aproximadamente 24.39 (o que daria saudável). Atualmente estou variando entre 74 e 75.5 kg (IMC de 24.73 e 25.23). O limiar do saudável é justamente 25 (ou mais exatamente abaixo de 25 - o que equivale a menos de 74.8 kg, no meu caso).

Como já disse antes para perder 1 kg de gordura é necessário "queimar" 7700 Calorias. Então, no meu planejamento, eu costumava perder 1 kg/semana o que dá cerca de 1100 Calorias/dia. Destas 1100 Calorias cerca de 70% era obtido através de restrição alimentar (menos ingestão de Calorias) e os 30% restantes através de exercícios.

Hoje já tenho como meta o gasto de 550 Calorias/dia (apesar de superar esta meta na média). E isto dá uma certa folga no sistema. Mas há algumas informações interessantes nisso.

Como disse, nos exercícios a meta é o gasto de 30% das 1100 Calorias diariamente. Mas há um porém: se utilizarmos um índice de gasto calórico (ix), vamos ver exatamente qual é este porém:

  • Caminhar a 4 km/h - 0.05 Cal/(kg min)
  • Caminhar a 5 km/h - 0.08 Cal/(kg min)
  • Caminhar a 6.5 km/ h - 0.11 Cal/(kg min)
  • Caminhar a 7 km/h - 0.12 Cal/(kg min)

Bem, o que isso tem a ver? Bem, o cálculo de quantas Calorias se gasta em uma atividade tem ligação com o produto deste índice pelo tempo de atividade e pela massa corporal. Por exemplo, uma caminhada de 1 hora a 5 km/h irá ter um gasto de 4.8 Cal/kg. Bom, isso quer dizer o seguinte: se você tem 100 kg, isso se traduz em 480 Calorias. Mas se você tem 80 kg, isso se traduz em 384 Calorias.

O que isso quer dizer? Bom, agora estou andando mais rápido (6.5 a 7 km/h) para queimar praticamente a mesma coisa. Mantendo o tempo de exercício constante (60 minutos), eu tenho de me esforçar mais para perder a mesma quantidade. É a velha regra de três:

ix1*60*100 = ix2*60*73 -> ix2 = 1.37 * ix1

Trocando em números: Se antes eu tinha 100 kg caminhava a 5 km/h, agora para gastar a mesma coisa eu tenho que caminhar a pelo menos 6.5 km/h para ter o mesmo gasto calórico.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Debret

Trago hoje alguns slideshowns com a obra de Jean Debret. Quero que os leitores notem a figura de índios civilizados, índios ricos, índios soldados, negros livres, negros ricos e assim por diante.



A coisa não é nunca tão simples quanto querem nos convencer...

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Empacotando...


É Carnaval! Aqui em Brasília temos o Pacotão. Mas este post não é sobre ele...

O caro leitor já pensou que existem ineficiências naturais? Ou seja, modos de fazer que apesar de eficientes em cada passo, não levam a uma máxima eficiência...

Um destes problemas é o empacotamento. Por exemplo: uma das primeiras utilizações práticas em sala de aula de cálculo diferencial é o cálculo da superfície com maior volume e menor área. Um dos resultados é precisamente a lata de conserva.

Mas e quanto ao que a lata deve conservar? Ou seja, com relação ao conteúdo, o que podemos afirmar?

Considere a seguinte questão: Eu tenho um círculo de raio r1, quantos círculos iguais de raio r2 (evidentemente r2 é menor que r1), eu posso inscrever? Este problema é um pouco mais complicado do que parece. A princípio poderíamos simplesmente dividir a área de um círculo pelo do outro círculo e obter este número (N=[r1/r2]^2).
A coisa é complicada!
Mas o problema é que os círculos se tocam, mas há sempre um espaço entre eles. E o máximo de aproveitamento de área que se pode ter nestes casos é de cerca de 90%.

O que tem isso? Bem, se você incluir custo no cálculo, irá rapidamente chegar a conclusão que há uma questão relevante aqui. O problema do empacotamento tem $ na questão.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Estimando...

Quando nos vemos diante de eventos raros, e temos algum tipo de informação assegurando a descorrelação entre a ocorrência de eventos múltiplos (ou seja as probabilidades destes não dependem um do outro), há um modo relativamente simples de estimar as chances de ocorrência.

Vamos a um exemplo, baseado no caso levemente baseado na realidade: ônibus queimados. Esquecendo que os mesmos ocorrem geralmente devido a alguma insatisfação de grupos dentro da população, vamos supor que existem M ônibus na região. Destes, M ônibus são queimados N em um período de tempo arbitrário T. Então podemos dizer que as taxas são de N/M ônibus por período.

Um exemplo: temos um caso recente de 4 ônibus queimados em Florianópolis, ou alternativamente 30 ônibus queimados em Santa Catarina. Dado o número de ônibus total em SC (ou em Florianópolis), podemos estimar as taxas...

O problema é que não temos este Número! Mas não há problema: podemos usar Fermi nele, ou procurar os dados na internet. Na internet vemos que Florianópolis tem 2.3% de ônibus na sua frota (correspondendo a 5854 veículos). Podemos arredondar para 6 mil e arredondar o número de ônibus queimados para 6 e teremos N/M = 1/1000 (ou uma chance  em mil).

Mas o problema desta notação é que ela esconde o quão raro pode ser o evento. Tudo isso aconteceu nos últimos 7 dias. Sendo que este tipo de ocorrência costuma se repetir dado um determinado evento motivador.

Em outras palavras: a maior parte do tempo não há ônibus queimados. Se levarmos em conta isto temos dois tipos de situação: p(ônibus queimados | ocorreu evento que gerou insatisfação) e p(ônibus queimados | não ocorreu evento que gerou insatisfação).

O que calculamos como resultado dos últimos 7 dias foi o seguinte: p(ônibus queimados | ocorreu evento que gerou insatisfação). Se não levarmos isto em conta poderíamos chegar a conclusões equivocadas (6 ônibus em 7 dias dá 0.86 ônibus por dia, o que daria cerca de 312 ônibus por ano (ou 5.3% da frota total tendo que ser reposta a cada ano), ou quase 25 ônibus a cada mês.

Isso caro leitor é o efeito lente de aumento causado pela imprensa: para cada semana que há 6 ônibus queimados, há 6 semanas que não tem nenhum ônibus queimado (uma adaptação do Princípio de Pareto). Neste caso temos:

Número esperado em 7 semanas = 6*0+1*6 = 6 ou alternativamente, na forma de taxa:  6/7* 0 +1/7*6 = 6/7 (o que dá 44 ônibus por ano, ao invés de 312).

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Faltou Internet

Não tenho postado ultimamente por causa de um problema na internet em casa.

Tem horas que acho até que é para o melhor. O comportamento das pessoas (em especial governos e jornalistas) diante da tragédia em Santa Maria é despudoramente aproveitador. Quando eu vejo um camarada desses dizendo "Temos de fazer justiça", eu escuto "Temos de encontrar alguns bodes expiatórios".

Realmente, é nessas horas que vemos que há pessoas de todo tipo por aí, em especial as que usam a tristeza real de outros seres humanos para avançar a própria agenda.

Foi até melhor ficar sem internet...