quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sofisticando o Leilão

O modelo do leilão ainda é bastante cru. Existe um aspecto que necessita ser modelado e este leilão do bazar ainda não tem todas as características necessárias.

O problema é o seguinte: a priori, o agente que der o maior lance ganha. Isto quer dizer que o valor atribuído ao sbreble é maior que os outros. Isto não quer dizer que o valor do sbreble seja menor, apenas que a percepção que o agente tem do valor é diferente.

Assim, se todos os fatores permanecerem constantes, o agente que atribuir mais valor ao sbreble ganha o leilão. Dinamicamente, todos os compradores podem ir subindo os lances aos poucos e parar quando julgarem que o valor visto pelos agentes é igual ao valor que eles vêem dos sbrebles.

Assim, existe uma chance que o vencedor acabe pagando menos pelo sbreble que originalmente pensou. Para que isto ocorra basta que os demais participantes tenham uma percepção do valor bem distinta que o vencedor.

Isto traz estimulos para que os agentes participem neste modelo - o modelo é bom para os compradores mas não tão bom para o vendedor.

Alternativamente, cada participante pode escrever o valor que aceita pagar e deixar que o vendedor decida quem irá comprar o sbreble. Isto significa que muito provavelmente o ganhador perde a chance de comprar o sbreble por um valor inferior ao que originalmente pensou.

Portanto, este tipo de compra é um pouco desestimulante para os agentes - o modelo é bom para o vendedor mas não tão bom para os compradores.

Nenhum dos dois modelos de leilão está ligado diretamente ao valor intrínseco do sbreble. Apenas a percepção deste valor.

Mas o que acontece se o valor que cada participante dá ao sbreble se altera a medida que o leilão progride? Isto pode ser feito dinamicamente no primeiro modelo e por turnos no segundo modelo.

Neste caso, a percepção de valor passa a ser influenciada pelo comportamento dos outros agentes. Neste ponto temos que o comportamento dos agentes no processo altera a percepção intínseca que existe do sbreble.

Modelando matematicamente o processo de forma determinística podemos afirmar que:

V(k+1) =k1*R+(1-k2)*V(k)

Aonde R é o capital disponível, k1<1 e k2 é um número também menor que 1 mas maior ou igual k1. Assim o valor final que o comprador esta disposto a pagar é:

V=R*k1/k2 - que é um valor menor ou igual que R, naturalmente.

Podemos pensar que se a percepção do valor do sbreble muda, então também muda o valor de k1, ou a fração que se está disposto a gastar. Mas de forma similar podemos pensar que o que se altera é k2, que está ligado a taxa de variação no valor do lance.

Devido a restrição deste modelo, se k2 é uma variável então teremos que ela sempre será menor do que k1. Portanto podemos simplificar o modelo:

V(k+1) =k1*R+(1-k1/d(k))*V(k). Neste caso teremos que o valor final que o comprador está disposto a pagar é:

V= d * R

Aonde d é uma variável de valor máximo 1. Seu valor será d(V1,..,Vn) ou seja dependente dos demais participantes no processo. Podemos dizer que d(k) irá se alterar na medida que o agente mudar sua percepção sobre o valor do sbreble no leilão.

Ainda assim, uma etiqueta seria mais simples

Leilões

De novo volto aos mercados.

Fico pensando em um modelo simples para tentar representar pelo menos partes do processo de compra e venda de ações.

Talvez tenha encontrado um candidato: um leilão.

Mais especificamente um experimento mental. Suponha que estejamos em um bazar (ou lojinha) e tanto o vendedor quanto o comprador desejam realizar negócio. Mais ainda: vamos supor que o item a ser vendido, um sbrebles (algo imaginário) não tenha o preço marcado.

Temos um processo de barganha. Podemos ter vários tipos de condições iniciais, pode ser que o vendedor de um valor inicial e o a partir daí o comprador oferece um valor menor e os dois regateam até chegar a um valor de consenso (que pode ou não ocorrer). Alternativamente, o comprador pode dar um lance inicial e o vendedor responder com um preço mais alto.

A estratégia do vendedor é obter o valor mais alto possível que compense seus gastos na posse do sbreble. Considere então que o vendedor gastou na posse no sbreble Vposse. Então ele espera conseguir pelo menos Vposse + Vlucro

A estratégia do comprador é obter o valor mais baixo possível que compense o dispêndio da compra. Considere que o comprador acredite que o valor do sbreble é Vcompra.

Só existirá troca se Vcompra > Vposse +Vlucro. O processo de barganha baseia-se na suposição que o comprador não sabe quanto é Vposse+Vlucro. Assim temos que existe uma determinada assimetria no processo, já que o comprador não tem idéia do valor exato do sbreble - apenas uma idéia de quanto ele acredita que ele vale (naturalmente condicionado a sua disposição de gasto).

Naturalmente, o vendedor supõe que Vposse é menor do que Vcompra - do contrário não irá sequer tentar vender.

Este jogo básico de barganha tem na sua raiz a idéia que o vendedor não irá vender para ter prejuízo. Ele tem, de certo modo, algumas informações a mais que o comprador - o conhecimento de Vposse e Vlucro (que começa alto e vai baixando no processo de regatear).

Já podemos ter algumas variações: se existirem dois vendedores temos que a estratégia é vender por um preço acima de Vposse, mas com Vlucro>0. Se os vendedores não combinarem entre si, então o comprador certamente irá comprar pelo menor preço possível e o vendedor terá o menor lucro aceitável (que pode depender de cada vendedor).

Alternativamente, podemos ter dois clientes e neste caso, se os dois competirem pelo sbreble, então o lucro será o mais alto possível estabelecido um teto pela oferta do vendedor.

Mas então chegamos ao modelo mais próximo: o do caso em que o vendedor não estabelece um teto e deixa os clientes ofertarem até chegar a um limite, que certamente será mais alto quanto maior for a noção do valor do sbreble para outro cliente. Neste caso, temos que Vcompra dependerá do comprador em questão.

Portanto temos um leilão, em geral com o preço mínimo estabelecido pelo primeiro lance e o preço de compra estabelecido pelo lance ganhador. O lance ganhador indicará o máximo que qualquer indivíduo da massa de clientes está disposto a pagar pelo sbrebles. Cabe ao vendedor decidir se vende ou não - ele pode esperar e torcer para que a próxima massa de compradores veja o sbreble com maior valor do que a massa atual.

Este modelo é bastante simplificado, mas permite enxergar algumas características do processo de mercado: o maior preço indicará o máximo que agentes do mercado estão dispostos a gastar pelo ativo. O menor preço indicará o mínimo que agentes do mercado consideram como um preço justo pelo ativo. A venda do ativo depende do detentor do ativo e de quanto ele espera lucrar pelo ativo.

A pergunta é existem estratégias para estes casos? Sim e não, o maior preço do ativo provavelmente estará acima do que pode ser considerado preço justo pelo conhecimento médio dos compradores.

O preço será definido pela oferta e procura. O problema é sempre a estimação de quanto vale o ativo - o mesmo problema enfrentado no processo de barganha.

As vezes uma etiqueta de preço torna as coisas tão simples

Mais mitos

De novo assistindo a minisérie de John Adams, passo a me perguntar sobre o papel da mitificação na vida de todos.

O mito é supremo, inabalável

O conhecimento é relativo, traz sempre dúvidas. E é esperado, pois aumentar o conhecimento significa expandir fronteiras. Na realidade passamos a saber mais sobre o que não conheciamos.

Mas o mito, talvez muito ligado ao mesmo mecanismo da religião, se mantém acima da dúvida.

Ao adotarmos o mito substituímos a dúvida pela certeza.

O mito é um reflexo da ignorância - e não um saber cristalizado.

As pessoas se tornam mitos quando deixam de ser pessoas e passam a ser representações.

Podem ser representações de ideais, de aspirações, de sonhos, o que seja.

Mas deixam de ser pessoas - passam a uma categoria diferente. Penso no caso de John Adams, Thomas Jefferson e outros. Outros como Albert Einstein. Possivelmente a mitificação de Einstein como epítome da inteligência e do conhecimento apenas mostre o quão pouco sabemos sobre suas contribuições.

Dizem que as pessoas precisam de modelos. Eu tenho dúvidas. Acredito que as pessoas precisam de esclarecimento. Mesmo a mitologia da infalibilidade científica é calcada no desconhecimento do funcionamento da ciência.

Talvez seja por isto que Newton não tem a mesma mítica de Einstein. Os admiradores de Newton estão mais restritos ao círculo científico, e mais ainda são admiradores muito críticos.

Portanto, ao se deparar com um mito, temos de perceber que o mito fala muito sobre precisamente o que falta em nós.

Não deixa de ser irônico

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Universidade e Sociedade

Uma universidade somente com vistas ao desenvolvimento do conhecimento humano.

Parece bom, não é?

Mas se o conhecimento não é aplicado, então qual é o seu valor?

Um conhecimento sem aplicação não é o mesmo que não ter o conhecimento?

Não é questão de atribuir um valor monetário ao conhecimento - mas o seu uso para sociedade! Um conhecimento cuja a aplicação inexiste é o que?

Este debate é muito antigo. Na realidade é quase tão antigo quanto as universidades. E o mais curioso é que esta visão de conhecimento dissociado de aplicação é do tempo que a universidade era uma espécie de monastério.

E para piorar ainda existe a confusão, real ou imaginária, que a aplicabilidade está ligada a um valor monetário. Nada mais longe da verdade.

A aplicabilidade do conhecimento não significa que todo pedaço recém descoberto deve ter aplicação. Mas que o estudo do conhecimento deve trazer benefícios para toda sociedade.

E isto é complicado em alguns casos. Um exemplo é o estudo dos anjos (Angeologia). O que exatamente temos com isto? Na minha visão, o estudo dos anjos diz mais sobre nós mesmos do que sobre os anjos em questão.

Ou será que importa saber o sexo dos anjos?

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mitificação das pessoas

Esta questão levantada pela mitificação dos presidentes americanos, me leva a pensar sobre a questão da mitificação e demonização em si.

Porque fazemos isto?

Ao criarmos um mito de uma pessoa, criamos um símbolo ou um modelo da pessoa que existiu. É importante notar que o modelo despreza e elimina características indesejáveis para sua compreensão. Assim terminamos com alguém impossível de ter existido.

Da mesma forma na demonização de uma pessoa, o modelo criado retira e elimina todas e quaisquer características que impeçam a percepção do caráter de "mal encarnado" que a figura deve exalar. Assim também terminamos com alguém impossível de ter existido.

Tudo isto é interessante, mas a questão é: porque acreditamos no mito como se ele fosse a verdade?

Temos sim a questão do exemplo: o modelo de uma pessoa . E mais ainda o modelo a ser seguido. Assim nascem as lendas: Achilles, Hector, Alexandre da Macedônia, César, Brutus - todos baseados em figuras reais que foram despidas de sua humanidade na criação de um modelo ou símbolo.

E temos tembém o outro lado do espectro: Gengis Khan, Hitler, Stalin, Mengele, Mussolini. Estes também foram despidos da sua humanidade e transformados em símbolos.

E chegamos ao ponto do tópico: o que recebemos como informação descreve pessoas reais ou apenas representações simbólicas de pessoas - modelos?

Olhando o jornal recentemente fica difícil afastar a certeza que a apresentação não trata de símbolos.

Ao associarmos ideologia X com o mal encarnado ou a ideologia Y com o bem supremo estamos fazendo um desserviço a verdade. É bastante possível que haja superioridade moral ou mesmo total de uma ideologia sobre outra, mas associa-las a grandezas absoultas (bem e mal) é um erro ainda maior.

Devo dizer este tipo de reconhecimento é muito difícil de ser conciliado com o que faço e vejo da realidade.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

John Adams

Este post é apenas para indicar a excelente minissérie da HBO - John Adams

A minissérie trata de um dos personagens mais interessantes do período do nascimento dos Estados Unidos da América (o famoso EUA).

Da minha parte apesar do post ser sobre John Adams, meu predileto na categoria dos primeiros presidente é Thomas Jefferson.

Eu recomendo!

Vale a pena entender as razões por trás do movimento revolucionário americano. Mais ainda vale a pena verificar o quâo revolucionário foi este movimento.

Mesmo assim, a minissérie trata também de alguns traços de cada um dos personagens que torna-os mais humanos.

Infelizmente, devido a uma série de circunstâncias, os participantes da revolução de 1776 ganharam um caráter mítico, o que tornou muito difícil uma exposição mais equilibrada de cada um deles.

Recomendo ainda algumas frases de John Adams

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Justiça para Todos

“I pledge allegiance to the Flag and the Republic for which it stands: one Nation indivisible, With Liberty and Justice for all.”

Este é o "pledge of allegiance" original de 1892 que os cidadãos americanos recitavam em muitas ocasiões cívicas. É algo como o juramento a bandeira aqui no Brasil, mas com conotações mais nacionais do que apenas a bandeira em si.

A questão que quero observar aqui é justamente a questão do "Justiça para Todos"

Será que é possível garantir um julgamento inteiramente justo?

Primeiro temos que definir o que significa justo. Em um modelo bem simplificado, considero um julgamento justo aquele que:

a) Se o réu é culpado que o processo o julgue culpado

b) Se o réu é inocente que o processo o julgue inocente.

Parece simples, mas se olharmos existem alguns problemas. Podemos dividir estes em duas partes:

a) Se o réu é inocente
situação 1: é julgado inocente - ok! sem problemas
situação 2: é julgado culpado - problema!


a) Se o réu é culpado
situação 1: é julgado inocente - problema!
situação 2: é julgado culpado - ok! sem problemas

Então as duas situações que podem ser consideradas injustas são quando um réu tem uma condição e é julgado na condição oposta.

Para o réu em si, a condição de ser culpado e julgado inocente pode parecer boa. Mas certamente não é justa para sociedade.

Bem, e qual é a chance de ter um julgamento justo? Isto é que é o complicado! Mas podemos dizer sem nenhuma dúvida que sempre irá existir um número de pessoas que são julgadas em uma condição quando na realidade são o contrário.

Vamos supor que exista 10% de chance da decisão de um jurado estar errada. Se temos 5 jurados e a decisão é tomada por maioria simples teremos:

(0.1)^3 =0.001 -> 1 julgamento errado em cada 1000 julgamentos.

Se fizermos esta conta para 12 jurados teremos:

(0.1)^7 -> 1 julgamento errado a cada 10 milhões de julgamentos.

Mas se subirmos a possibilidade de julgamento errado para 50% teremos

(2)^-7 -> 1 julgamento errado a cada 128 julgamentos.

Portanto a incerteza pode causar erros no julgamento. Mas como diminuir este problema?

Podemos exigir unanimidade no caso de veredito de culpados. Assim supondo que cada um faz a escolha errada temos:

Caso 1: Inocente mas julgado culpado -> considerando unanimidade teremos 1 erro a cada 4096 julgamentos

Caso 2: Culpado mas julgado inocente - > considerando maioria simples teremos 1 erro a cada 128

Desta forma teremos maior probabilidade de deixar um culpado sair livre do que um inocente ser preso injustamente. Qual a proporção? para cada inocente preso teremos 32 culpados livres. Mas este número pode ser ainda maior (dependendo da probabilidade do reú ter um estado e ser julgado como o outro estado).

Infelizmente as pessoas erram. E justiça para todos é algo por enquanto inatingivel.

A questão chave é justamente o que determinamos como probabilidade de ele ser culpado ou inocente. O máximo que podemos tentar fazer é minimizar a chance de erro.

Se definirmos que é tão errado colocar um inocente na prisão quanto liberarmos um culpado então existem algumas formas de minimizar os erros:

- Votação as cegas: nenhum membro do juri tem contato com o outro e vota sem saber qual é o voto dos demais

- Unanimidade: todas as decisões tem de ser tomadas por unanimidade.

Claro que estas condições trazem problemas: a votação por unanimidade vai fatalmente causar a impossibilidade de decisão - exceto nos casos mais claros (ou que aparentam mais claros para o juri). E a votação as cegas traz diversos problemas logísticos associados.

Em última análise o ônus da decisão termina recaindo sobre os jurados.

Complicado, mas pelo menos é claro que justiça para todos é algo ainda um pouco distante

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Chances e probabilidades

O assunto de probabilidade é algo que me interesso muito. Infelizmente existe muita confusão sobre probabilidade. Mas não é só em relação a população em geral, isto é comum entre as pessoas que trabalham na área.

Efetivamente, da minha parte considero probabilidade uma medida da nossa incerteza sobre um determinado tópico. Mas também podemos vê-la como uma medida da frequência de algo acontecer. São duas interpretações bem características do campo.

Mas vamos ao que interessa: por vezes medimos o risco através da probabilidade. Quando falamos que um evento tem uma chance de 1% estamos dizendo que não seria totalmente inesperado que ele ocorre-se 1 vez a cada 100 tentativas. Em uma população muito grande este tipo de informação através da frequência da ocorrência permite que possamos avaliar riscos.

Assim falamos em 1 em cada 100 vezes (1%), 1 em cada 1000 vezes (0.1%) e 1 em cada 10.000 vezes (0.01%). E isto na realidade quer dizer que temos uma expectativa de não ocorrer de 99%, 99.9% e 99.99% (respectivamente).

Mas as vezes isto não é suficiente. Em certos casos, mesmo que o risco seja pequeno o custo associado a ocorrência do evento torna mesmo catastrófico. Então nestes casos além do risco associa-se um custo.

Mas vamos aos exemplos:

Nos estados unidos isto já está mais ou menos tabulado.

Mas e no Brasil? Como calcular o risco? Bem temos que utilizar os dados a mão. Mas vamos lá, no Brasil temos cerca de 15 a 20 acidentes fatais por 100.000 veículos. A primeira vista este número não ajuda muito , já que não temos informação do total de veículos. Mas ele é independente do crescimento na frota (na verdade não - mas vamos aproximar que sim).

Então como fazer? Bem, partimos do princípio de tentar quantificar a chance de um veículo se envolver em um acidente fatal. Usando o número de acidentes fatais igual a 20 temos 2 acidentes a cada 50.000 veículos ou 1 acidente a cada 25 mil veículos.

A grosso modo a chance de se envolver em um acidente pode ser estimada em 1 a cada 25 mil.

O número nos Estados Unidos é de 1 a cada 19.216. No Brasil temos 1 a cada 25 mil. Isto é mais ou menos esperado dado que o percentual da população que dirige nos EUA é bem maior que no Brasil.

Mas este é o risco anual, e o risco na vida toda?

Para descobrir temos de dividir este risco pela expectativa de vida (vamos supor 70 anos). Isto resulta 1 chance em 357. Nos EUA este número é uma chance em 247!

1 chance em 357 equivale a 99.72% de chance de não ocorrer na sua vida. O que não é perfeito, mas é menos ruim do que parece.

E avião? Esse é cerca de 1 em 5.000 nos EUA (no Brasil será certamente mais baixo). Ou seja, 99.98% de chances de ter uma viagem tranquila.

Então vamos pegar os EUA para fazer uma estimativa dos riscos - chances de NUNCA acontecer com você:

Morte por acidente de veículo motorizado: 98.8%
Morte por acidente em aeronave: 99.98%
Morte por acidente em veículo aquático: 99.98%
Morte por asfixia: 99.8%
Morte por descargas elétricas: 99.99%

Assim, faça como o Monty Phyton - "Always look at the bright side of life"

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mais números

Além de permitir que entendamos um pouco sobre os processos ditos "naturais", os números também permitem que entedamos um pouco sobre os processos ditos "sociais".

Vamos conhecer o teorma de Bayes.

De modo simples:
\Pr(A|B) = \frac{\Pr(B | A)\, \Pr(A)}{\Pr(B)}  \!
Isto quer dizer que a probabilidade de A dado B multiplicada pela probabilidade de B é igual a probabilidade de B dado A multiplicado pela probabilidade de B. Em outra forma temos isto escrito como:
\Pr(A\cap B) = \Pr(B | A) \Pr(A)=\Pr(A | B) \Pr(B)  \!
Mas o que isto quer dizer?

A probabilidade de A dado B é a probabilidade de A condicional a B. A condição indica que a probabilidade de A pode depender do evento B
P(A \mid B) = \frac{P(A \cap B)}{P(B)}.
Se as duas forem independentes, então a probabilidade A dado B é a probabilidade de A. Um exemplo:

- A probabilidade de tirar qualquer número em um dado é 1/6
- Existem o mesmo número de pares (2,4,6) e ímpares (1,3,5) de 1 a 6 (1,2,3,4,5,6). Portanto a probabilidade de tirar um número ímpar é 1/2

Então se o jogador disse que tirou um número ímpar, a probabilidade de ele ter tirado o 1 é de:

P(A|B)=(1/6) / (1/2) = 1/3

Ou seja ele pode ter tirado o 1, 3 ou 5 (probabilidade de 1/3).

O que isto nos adianta? Bem o teorema de Bayes tem muitos usos na ciência, mas estamos interessados no seu uso nas características humanas. Vamos supor que estamos interessados em saber como uma pessoa vai votar em uma determinada situação.

Um exemplo é um julgamento com jurados. Vamos supor 5 jurados. Para que o réu seja absolvido é necessária a maioria simples (pelo menos três jurados a favor). A probabilidade que cada jurado absolva o réu é de 50% (1/2).

Então a probabilidade que o réu seja absolvido é a probalidade de ser absolvido por pelo menos 3 jurados. Logo

P(Absolvido) =1/2^3 = 0.125

Mas a medida que os jurados votam esta probabilidade se altera, assim:

P(Absolver|Jurado 1 votou inocente) = 0.125/0.5 = 0.25

Se mais um jurado votar inocente a probabilidade de ser absolvido é de 0.25

P(Absolver|Jurado1 e 2 votaram inocente) = 0.25/0.5 = 0.5

Claro que se três jurados votarem favoravelmente:

P(Absolver|Jurado1, 2 e 3 votaram inocente) = 0.5/0.5 = 1

Este tipo de resultado pode parecer não intuitivo, mas tem muitas possibilidades. Imagine que algumas das características que consideramos inerentes a nós mesmos dependam de alguma forma do que percebemos dos nossos semelhantes.

Algo do tipo, se fulano e sicrano decidem a mesma coisa, será que minha decisão não será condicionada ao que eles decidirem? Mais ainda se um evento que consideramos de probabilidade baixa ocorrer várias vezes, isto não vai mudar a nossa percepção de quão baixa é esta probabilidade?

Um exemplo: vamos supor que nossa opinião sobre um determinado assunto é determinada pela exposição positiva ou negativa que temos nos meios de comunicação. Qual você acha que será sua opinião se vários destes meios colocam uma imagem positiva?

No caso temos a mesma situação do julgamento, só que o julgamento é realizado baseado no veredito que cada veículo apresenta. Assim se trocarmos o termo jurados por jornais ou programas de televisão, temos uma situação que pode ser definida pelo teorema de Bayes.

Claro que tudo isto considerando que a opinião é formada por um julgamento de exposição.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Magia dos Números

Ah! Os números...

Os números permitem que possamos adquirir compreensão a respeito dos mais diversos tópicos. A bem da verdade, fofoca-se que ciência torna-se realmente evoluída quando é possível quantificar o objeto de estudo.

Da minha parte eu discordo deste ponto. Acredito que a característica principal da ciência é a capacidade de abstrair o tópico e permitir a possibilidade de entender quais alternativas são mais benéficas ou não. Em outras palavras: dada a situação X e a situação Y - quais são as ramificações destas situações. Se a ciência não consegue fazer isto, então por enquanto ainda está em nível de categorização - em outras palavras ainda está perdida no seu objeto de estudo.

Mas voltemos aos números...

Parte da magia dos números está justamente em sua aplicabilidade. É possível utilizar números para entender melhor como podemos tornar nosso saber mais útil.

Um exemplo: qual o número ideal de pessoas em um comitê?

A matemática pode nos dizer isto! Incrível, não?

Vamos fazer um pequeno experimento:

- Se criamos um comitê com N pessoas, esperamos que estas pessoas discutam entre si até chegar a uma conclusão necessária para a finalização do comitê. Bem, se cada membro do comitê interage com todos os demais em um processo de conversação temos que 1 membro conversa com N-1 membros. O outro membro, se tiver conversado com o anterior conversará com N-2 membros. Assim vai até que teremos o número total de conversações:
T= N-1+N-2+N-3+...+0
Sem perda de generalidade podemos escrever esta soma da seguinte forma:
T=1+2+3+...N-1

Ora, isto é uma progressão aritmética. E a soma será:
T=N*(N-1)/2

Isto quer dizer que o número de conversações será proporcional a N^2-N.

Assim temos que:
- Um comitê de 3 pessoas tem 3*(3-1)/2 = 3 interações
- Um comitê de 6 pessoas tem 6*(6-1)/2 = 15 interações
- Um comitê de 9 pessoas tem 9*(9-1)/2 = 36 interações
- Um comitê de 12 pessoas tem 12*(12-1)/2 = 66 interações

O que isto ensina? Ora dobrar o número de pessoas do comitê aumenta o número de interações quase que quadraticamente. Se o comitê de 3 pessoas gasta uma quantidade de tempo T0 para chegar a um consenso e supondo que este consenso é chegado ao final do número de interações (uma suposição muito simplista) então podemos afirmar:

- Um comitê de 3 pessoas leva um tempo T0 para chegar a um consenso
- Um comitê de 6 pessoas leva um tempo 5*T0 para chegar a um consenso
- Um comitê de 9 pessoas leva um tempo 12*T0 para chegar a um consenso
- Um comitê de 12 pessoas leva um tempo 22*T0 para chegar a um consenso

Este número pode piorar muito se forem necessárias diversas interações para se chegar a um consenso. Ou seja, via de regra aumentar o número de pessoas em um comitê vai fazer com que o tempo gasto pelo comitê aumente significativamente.

Esta é uma aproximação grosseira, mas indica um ponto interessante: o aumento do número de participantes tende, caso haja interações entre todos eles, a causar uma demora na análise de qualquer assunto.

Na realidade, nem todos os participantes efetivamente interagem entre si. Na realidade, em comitês grandes ocorre o fenômeno da criação de grupos, do efeito manada e de outras características muito interessantes.

Vamos supor um comitê de 6 pessoas em que hajam 2 grupos de três. Neste caso teremos a interação entre os grupos (1) mais a interação em cada grupo (3+3). O que resulta em um número de interações de 7.

O mesmo exercício pode se feito para um comitê com 3*K pessoas. Teremos K grupos. Assim teremos 3*K interações (dentro de todos os grupos) mais K*(K-1)/2 interações. Logo o número total de interações é:

T= 3*K+K*(K-1)/2

Em termos dos participantes dos grupos, se cada grupo em N/K participantes então teremos:

T=N/K*(N/K-1)/2+K*(K-1)/2

Logo
- Dois comitês de 3 pessoas leva um tempo 7*T0/3 para chegar a um consenso
- Três comitês de 3 pessoas leva um tempo 4*T0 para chegar a um consenso
- Quatro comitês de 3 pessoas leva um tempo 6*T0 para chegar a um consenso

E este número É menor que o caso em que todos interajam entre si. Portanto o que aprendemos hoje:

- Se temos de tomar uma decisão por comitê então:
a) quebre o conjunto de participantes em K subcomitês
b) designe um membro representante de cada subcomitê para interagir com outros membros representantes de outros subcomitês
c) Faça que os membros representantes do subcomitês sejam responsáveis por decidir a conclusão conjunta

Tudo isto vai fazer com que o tempo gasto seja substancialmente menor do que se fizessemos um único comitê com todos os participantes.

Não falei que os números podem facilitar nossa vida?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Livro Código

Voltamos a brincadeira do telefone sem fio!

Agora temos mais condição de entender como se passa o processo de decodificação e codificação.

Em primeiro lugar temos um livro código da decodificação. De modo bastante simples, o que o livro código faz é indicar as ligações entre os símbolos que compõem a mensagem e os símbolos (ou conceitos) que cada um utiliza para entender o significado da mensagem. Assim:

Símbolo Mensagem -> Livro Código -> Símbolo ou modelo na mente do decodificador

Além deste livro código para decodificação, temos o livro código para codificação. Este livro código trata de associar símbolos (ou conceitos) com um ou mais símbolos que eventualmente comporão a mensagem codificada. Portanto:

Símbolo ou modelo na mente do codificador -> Livro Código -> Símbolo Mensagem

Na brincadeira do telefone sem fio temos ainda uma fila, que representa uma memória de armazenamento. Via de regra, esta memória fica antes do livro código para o codificador. Para simplificar podemos chamar um livro de livro_decod e o outro de livro_cod. Portanto podemos colocar a nossa fila logo antes do livro_cod.

A organização da fila e a ordenação de saída irão depender de cada codificador. Da mesma forma, as associações presentes do livro_cod e livro_decod também dependem do indivíduo.

Pelo que observei no meu comportamento, o meu problema na brincadeira do telefone sem fio está justamente no gerenciamento da fila. Se esta for muito curta, então temos de escolher representações adequadas para não perdermos informação. E naturalmente se a fila é longa ou curta depende essencialmente da complexidade da mensagem.

Um exemplo: mensagens curtas podem ser guardadas e transmitidas sem muita distorção. Já mensagens longas são resumidas e enviadas em uma representação resumida.

Da mesma forma que existem livros_cod e livros_decod na brincadeira do telefone sem fio, temos este tipo de livros também nos diversos canais de transmissão da informação. A priori, temos sempre uma versão reduzida da informação formatada para ser consistente.

Mas será assim na realidade?

Ah, quem dera. Na realidade, não só a informação é incompleta como também truncada. Você pode imaginar o tipo de distorção que temos na transformação de uma informação incompleta e truncada em algo consistente.

Sim... Isto envolve interpretação, resumo e outras coisitas mas

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Pontos de equilíbrio

Mesmo nas trocas de informações mais distorcidas, temos de esperar que existam pontos de equilíbrio para os papeis de cada um dos atores.

Isto não só esperado mas essencial para o processo.

Infelizmente, dado que a dinâmica social aponta para seus agentes que encontrem uma posição adequada, então nada mais natural que os participantes no processo de informação se orientem a partir destas posições.

Mas matematicamente o que é uma posição adequada?

Em um sistema dinâmico, podemos inferir que esta posição é a que o agente em questão cumpre alguma função determinada (pode ser utilidade, conforto, mínima energia - o que seja).

A determinação desta função não só depende do agente em estudo, mas do efeito e relacionamento do mesmo dentro da sociedade. Um exemplo de possíveis pontos de equilíbrio pode advir do estudo matemático de populações.

Existe uma modelo - Lotka -Volterra - que define uma relação entre presa e predador:
\frac{dx}{dt} = x(\alpha - \beta y)
\frac{dy}{dt} = - y(\gamma - \delta  x)
Mas existe também o caso de competição entre espécies:
{dx_1 \over dt} = r_1x_1\left({K_1-x_1-\alpha_{12}x_2 \over K_1}\right)
{dx_2 \over dt} = r_2x_2\left({K_2-x_2-\alpha_{21}x_1 \over K_2}\right)
Este conjunto de equações descreve uma dinâmica fortemente baseada na equação logística.

O mais curioso a respeito disto é a existência do termo de interação entre a espécie 1 e a espécie 2. Este termo apresenta-se de forma negativa pois trata-se de uma competição por um mesmo recurso. Caso haja uma só população, tem-se a equação logística:
\frac{dP}{dt}=rP\left(1 - \frac{P}{K}\right)
O valor máximo desta população é justamente P=K. No caso da equação anterior, o valor máximo de cada variável dependerá fortemente da outra variável.

Eu volto depois para este post.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Distorcendo o pepino

Como reconhecer distorção na informação, então?

Bem, a priori toda informação fornecida por qualquer veículo já vem formatada segundo a resposta natural do veículo. Isto incluí:
- Editoração da informação
- Entrega (delivery) do conteúdo
- Salvaguardas para credibilidade

Todos estes pontos estarão incluídos na informação, e claro distorcerão em maior ou menor grau a mensagem que espera-se entregar.

Além disto, que é perfeitamente aceitável dado o veículo, temos ainda os atores que tomam parte no fato que gera a informação. Devido a problemas intrínsecos da nossa espécie, parece-me que com frequência espera-se que os atores encontrem-se em oposição quando a interpretação do fato - e portanto a mensagem - é criado.

Portanto, se for o caso segue um pequeno manual de como identificar possíveis distorções na informação:

Passo 1) Identifique os atores. Se é o governo e empresários, o mercado e os participantes ou qualquer um que seja tente identificar quem são os participantes, além do veículo, na criação da interpretação do fato.

Passo 2) Identifique os interesses dos atores no fato. O fato beneficia ou prejudica alguns dos atores? Ele beneficia alguém em particular? Ele prejudica alguém em particular?

Passo 3) Identifique o papel dos atores na interpretação e criação da mensagem. Na exposição da mensagem, todos os atores estão adequadamente representados? Alguém se sobressaí? Alguém saí prejudicado nas suas visões? Atores com escritório de mídia, ou mesmo agências de comunicação social costumam divulgar resultados na melhor luz possível.

Passo 4) Verifique se a mensagem induz a contraposição dos atores em papéis estereotípicos. Se alguém é apresentado como "mocinho" e outros atores como "bandidos", então certamente existe um viés (correto ou não) de representação na escala ética.

Passo 5) Este é o mais importante: uma vez identificados os atores, seus interesses no fato, o papel de cada um na elaboração da mensagem e se há contraposição de "bem" versus "mal" tente nivelar os papéis dos atores na mensagem para que cada um não fique sob luz particular.

Naturalmente, todos estes passos são muito difíceis e complicados de serem executados para toda e qualquer notícia. Portanto, um ponto que pode ajudar é tentar identificar a fonte da informação ou pelo menos o ponto original de onde ela surgiu.

A informação distorcida com vistas a atender interesses de atores em particular irá sem dúvida aparentar ser impossível de ser contrariada. Em outras palavras, ela terá toda a cara de spin!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Publicato é vero?

Você acredita em tudo que saí em jornal ou na televisão?

Não devia. Mesmo as informações acima de qualquer suspeita tem possibilidade de estarem truncadas ou mesmo distorcidas.

Na realidade, tirando a possibilidade de óbvia manipulação, mesmo com a melhor das intenções e fontes, existe a possibilidade real de distorção da informação. Isso se deve não a uma conspiração de alto nível para nos manter "no escuro", mas a própria natureza do sistema que criamos para distribuir e divulgar a informação.

Em primeiro lugar, temos que entender que as informações que nos são relatadas passam por um processo de decodificação, checagem e recodificação. Em outras palavras, o meio que informa também formata a informação.

Uma notícia relatada em jornal é completamente distinta, em seu formato, da mesma notícia relatada em um meio como o rádio ou televisão. Existem ainda restrições de espaço e restrições de tempo envolvidas na distribuição da informação.

Mais ainda, a notícia tem de ser introduzida de forma de despertar o interesse do receptor da informação. Para isto o próprio veículo se encarrega de introduzir na mensagem "pedaços" que acredita serem de interesse do receptor.

Como perceber isto? Bem ,o modo mais simples é tentar ser frio o suficiente para notar os óbvios "lembretes" na mensagem de como esta informação é relevante para o receptor. A maior parte dos lembretes é definida pela percepção que o veículo tem da sua audiência.

Isto pode ser determinado por pesquisas, respostas de leitores, ou seja diversos modos.

No caso do público brasileiro temos:

a) Percepção de jogo sujo em algo que era julgado "acima de qualquer suspeita"
b) Percepção de trapaça por parte de pessoas julgadas "acima de qualquer suspeita"
c) Injustiça patente causada por algum agente "poderoso"

Curiosamente, temos um item faltando desta lista: indiscrições sexuais! Algo que difere na psique brasileira em relação a outros países como os Estados Unidos. Mais curioso ainda é que no país aonde foi cunhada a "Lei de Gerson" tenhamos tamanha reação ao que poucas décadas atrás era considerado natural - "Tem de levar vantagem em tudo, certo?"

Não é culpa da mídia - ela apenas fornece o palco para os "artistas" se apresentarem. Claro que o palco é montado da maneira mais interessante possível, mas isto era natural de ser esperado.

No próximo post vamos ver como fazer para tentar obter informações mesmo quando sofrem distorções

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

De volta a ativa

Depois de uma breve pausa, estou de volta aos temas de interesse. O que me lembra:

- Temos um texto muito interessante sobre bullshit no blog Ciência Brasil. Digo que ele traz um parelelo interessante com um texto anterior do blogueiro que vos fala (Os Farsantes da Informação e Spin ou a Arte de falar Meias Verdades)

- Crise é algo natural ou criado? Será que as sementes das crises estão dentro do sistema de produção utilizado?

- Evolução, teoria do mundo pequeno e autovalores: mais matemática na busca de pontos de equilíbrio

- A informação pode ser reconstruída após sucessivas distorções? E se estas distorções forem aleatórias?

- Incerteza a respeito de algo indica desconhecimento. Mas será que este desconhecimento não trás informações valiosas a respeito do assunto em questão?

Mais sobre isto em posts futuros...

Bem, volto em breve