quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Homenagem a Davy Jones

Davy Jones que estou falando foi parte do grupo Os Monkees. E com seu falecimento hoje, acredito que vale a pena uma pequena homenagem. A abertura...

Um pedacinho do show

E seu grande sucesso: "I´m a Believer" (que as novas gerações conhecem através do Shrek)

Receita de Bolo

Encontrei um post no Blog do Noblat muito bom. Vou reproduzi-lo aqui na íntegra:

1. Junte na mesma questão valores, interesses e/ou identidades diferentes. Distorça-os a gosto e misture-os bem até que eles sejam percebidos como incompatíveis.
2. Escale o conflito com o objetivo de satisfazer apenas as suas necessidades e desconsiderando as necessidades da outra parte.
3. Transforme a outra parte em adversário.
4. Use coerção ou violência para impor custos ao adversário.
5. Mobilize-se. Devote tempo, recursos e esforços para encontrar uma solução que satisfaça 100% dos seus objetivos, sem levar em consideração os interesses do adversário.
6. Transforme o adversário em inimigo.
7. Alargue o conflito e introduza aos poucos outras pessoas ou grupos não diretamente relacionados à discordância original de maneira a aumentar o numero de aliados. Utilize partes não relacionadas ao conflito para dar mais consistência e aumentar poder sobre o inimigo.
8. Polarize. Introduza novos assuntos ao conflito de maneira a torná-lo mais complexo e aumentar a área de atrito. Importante: desconsidere completamente o mérito individual de cada um dos assuntos introduzidos. Assuma que o inimigo, por definição, está sempre errado.
9. Torne vencer mais importante do que ser justo.
10. Deixe o conflito crescer até que o relacionamento entre os inimigos esteja muito comprometido.
11. Invista na dissociação com os adversários. Recheie a massa com a mistura da diminuição do contato físico com o inimigo; com a promoção da sua desumanização.
12. Salpique a comunicação com o inimigo com mensagens de coerção e ameaças.
13. Jamais tente entender o ponto de vista do inimigo. Tentativas de comunicação civilizada tendem a diminuir o crescimento da massa do conflito.
14. Cubra o conflito com argumentos unilaterais. Agarre-se a eles e intensifique ações contra o adversário continuamente. Convença-se de que não existe alternativa senão intensificar o conflito.
15. Caia na armadilha: dedique cada vez mais tempo, esforço, recursos ao conflito. Não leve em consideração a eficiência desta estratégia. Pensar em resolução utilizando métodos pacíficos ou comunicação com a outra parte pode resultar na sua redução ou eliminação. A comunicação honesta e racional entre adversários pode acabar com as discordâncias.
16. Sirva muito quente.

Este texto foi criado por Elton Simões

Baseado no “Modelo de Dinâmica de Escalação de Conflitos” (LeBaron, M., & Pillay, V. (2006). Conflict Across Cultures: A Unique Experience of Bridging Differences. Boston: Intercultural Press
Elton Simões mora no Canadá há 2 anos. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria).

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Privatização é Entreguismo e Nacionalização é Criar Cabide de Emprego?

Claro que nem uma coisa, nem outra.

Esta é uma daquelas falsas questões. Pouco importa se o serviço é prestado por empresas públicas ou privadas. O importante é que o serviço seja prestado da melhor maneira.

Mas não é isso que se entende quando se lê a respeito destes assuntos. Já mencionei brevemente sobre posicionamentos ideológicos quando falei sobre o livro Privataria Tucana. Ali, o que menos se discute são os benefícios ou malefícios da privatização em si, em contraste sobre quem ganhou quanto no processo.

Claro que aí se esquece o principal: o fornecimento de um serviço para pessoas.

O problema é que na realidade, o argumento é ideológico. Vai na linha de "o Estado administra melhor do que a iniciativa privada" até "a iniciativa privada administra melhor do que o Estado". No fundo há um ranço de pseudo-capitalismo de Estado Soviético contra Livre Iniciativa.

E o povo? Ora, o povo...

Aeroportos podem ser administrados de modo melhor pela iniciativa privada ou pelo Estado. Em certos casos, o Estado tem diversas formas de fazer isto de modo vantajoso. Mas em outros casos, a iniciativa privada pode fazer isto de modo mais vantajoso.

Portanto há casos e casos...

No fundo, no fundo mesmo, quando você ler ou ouvir sobre este discurso pró-privatização ou contra-privatização, você deve se perguntar: quem está ganhando com isso? A população ou um grupo específico?

Mas é importante fazer esta pergunta com muita honestidade e não se pautar pela resposta ideológica automática: no caso da privatização da telefonia temos finalmente telefones baratos para todos, já no caso da distribuição de energia elétrica talvez tenha até piorado.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Coisas que Mentimos para Nós Mesmos - 14

Não pude resistir a comentar a notícia publicada pelo Estado de São Paulo: Onu cobra Brasil por Mortes em Abortos de Risco.

A notícia, reportada por Jamil Chade cita a especialista Patricia Schulz e coloca como parágrafos iniciais:


O governo de Dilma Rousseff foi colocado contra a parede ontem por peritos da ONU, que acusam o Executivo de falta de ação sobre a morte de 200 mil mulheres a cada ano por causa de abortos de risco. Eles pedem que o País supere suas diferenças políticas e de opinião para salvar essas vítimas.
A entidade apresentou seu exame sobre a situação das mulheres no Brasil e não poupou críticas ao governo. "O que é que vocês vão fazer com esse problema político enorme que têm?", cobrou a perita suíça Patricia Schulz. Para os especialistas, a criminalização do aborto está ligada à alta taxa de mortes por ano.

Opa, opa, opa...

Duzentas mil mulheres mortas a cada ano por abortos de risco? De onde veio este número?

Bem, caros leitores, eu não sei de onde veio este número. Mas seria o caso de se perguntar: Puxa, isto é um número muito alto! Qual será o percentual que isto representa nas causas de mortalidade feminina? Ou pelo menos: Puxa, isto é muito! Mas afinal, quantas mulheres morrem por ano no Brasil?

Eu já mencionei aqui sobre este tipo de tortura estatística, bem como formas de estimar de forma simples alguns números básicos (200 milhões de pessoas no Brasil, estimativa de vida de 100 anos, 2 milhões de nascidos por ano, e 2 milhões de falecidos por ano). Mas os dados reais podem ser encontrados aqui.

Pois bem, em 2010 foram 1.112.227 óbitos, sendo 475.436 do sexo feminino.

Isto quer dizer que, segundo a afirmação da reportagem, quase 50% de todas as mortes de mulheres no Brasil são devido a abortos de risco. Será que isto poderia ser verdade mesmo?

Bem... não! Olhando os dados desta tabela e supondo que a idade fértil da mulher seja entre 15 e 45 anos, então seria de se esperar um número enorme. Mas o número é mais próximo de 35 mil para os casos de falecimento devido a causas naturais e próximo a 8 mil para causas violentas.

Mas vamos ser razoáveis, vamos dizer que foi um erro de transcrição do repórter. Se ao invés de 200 mil, o número em questão fosse de 20 mil, então a conta poderia fazer sentido (poderia se afirmar que estes 20 mil estariam escondidos dentro dos quase 35 mil falecimentos por causas naturais*).

Neste caso, a crítica poderia proceder. Mas isso não alivia o fato que ninguém parece ter notado este problema, e vários veículos de comunicação simplesmente reproduziram a reportagem do Estado de São Paulo (com uma exceção até onde sei).

Duvidam? Se lembra do primeiro parágrafo que transcrevi acima? Olhe o que a Veja escreveu:

Genebra - O governo de Dilma Rousseff foi colocado contra a parede ontem por peritos da ONU, que acusam o Executivo de falta de ação sobre a morte de 200 mil mulheres a cada ano por causa de abortos de risco. Eles pedem que o País supere suas diferenças políticas e de opinião para salvar essas vítimas.

Bem, pelo menos eles colocaram o autor da reportagem ou que a reportagem era da agência estado...

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* Nas minhas contas mesmo 20 mil é um número muito grande. Uma estimativa que fiz coloca este número duas ordens de magnitude menor. Mas resolvi não contestar porque no fundo ninguém tem uma estatística completa (mas o número certamente é pelo menos uma ordem de magnitude menor do que o anunciado pelos "especialistas" da ONU)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Os Banana Splits

Trago hoje uma pérola dos anos 60-70: The Banana Splits.

Bem, o show tinha como público alvo crianças e pré-adolescentes. No programa havia pequenos atos de comédia com os Bananas (Um cão, um leão, um gorila e um elefante) intercalados com desenhos animados e um seriado intitulado Ilha do Perigo.

O show continha elementos de Bubblegum pop, mas francamente tinha algo dos anos 60. Talvez fosse o estilo H.R. Pufnstuf, o nonsense ou algo assim.  Mas era algo realmente, porém nem tão único assim. De uma olhada em um outro show não inteiramente dissociado (conhecido no Brasil como A Flauta Mágica).

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pequenas Pérolas do Cinema - 48

Hoje é dia de Et Dieu..créa la femme.

É Brigitte Bardot (BB) na sua mais eterna juventude. O filme é de Roger Vadim (famoso por casar com as atrizes que dirigiu, ou por estar casado com as atrizes que dirigiu) e possui grande elenco. No fundo é uma peça sobre o papel fundamental que Juliette (a personagem de Brigitte Bardot) tem na vida dos diversos personagens. É interessante ver Juliette como uma mulher livre e segura - isso pode ser visto nesta cena:

Sem dúvida, BB virou mito em grande parte devido a imagem projetada (e este filme teve sua parcela de ajuda nisto). Então, que tal uma pequena montagem de "E Deus Criou a Mulher"

A propósito: BB é grande responsável pela divulgação de Búzios no exterior

domingo, 12 de fevereiro de 2012

No momento estou de férias, caros leitores

Mas em breve voltarei com mais assuntos interessantes: notícias atuais, como o mundo dá voltas, coisas que mentimos para nós mesmos, pequenas pérolas do cinema, curiosidades, novidades científicas e seriados de televisão.

Quando voltar vou postar sobre o seriado de TV Banana Splits e filme E Deus Criou a Mulher!

Por enquanto vou descansar um pouco...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Pequenas Pérolas do Cinema - 47

O filme de hoje é Planeta Proibido.
Ele é um grande clássico da ficção científica, tendo sido pioneiro em vários temas da ficção científica. Se você olhar com atenção verá ecos de Star Trek e outros filmes posteriores.

O planeta proibido parte da premissa de uma missão de resgate da nave Belerofonte que se perdeu décadas atrás. Mas o que aconteceu foi que todos na nave, menos dois passageiros, perecerem na tentativa da nave deixar um planeta.

O que aconteceu? E quem é a raça mais antiga que a humanidade que desapareceu naquele planeta? Estariam fantasmas do passado assassinando pessoas no presente?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Comédia dell' arte

Hoje vou falar de algo que descobri faz pouco tempo: a commedia dell'arte. Muitas vezes, eu pensei sobre a origem de diversos personagens clássicos do teatro. Notei que há um certo pdarão, uma certa recorrência, e isto é muito, muito comum. Dentre os personagens que eu ficava curioso posso destacar alguns: arlequim, scaramouche, polichinelo, pierrot, colombina e pantaleão.

A commedia lembra o que conhecemos como o teatro mambembe. O que aliás traz a questão: o pessoal que degrenia o mambembe sabia o que era commedia della´arte?

E isso me traz aos dois pontos que queria fazer com este post. O primeiro trata do filme deste sábado: Planeta Proibido. A razão da inclusão deste tema de commedia della´arte vem de uma das inspirações do filme: A Tempestade de William Shakespere. E o próprio autor se vale dos meandros de Commedia dell´arte nesta e em outras obras (lembro-me particularmente de Muito Barulho por Nada).

O segundo ponto trata da incapacidade das pessoas dizerem "Eu não sei!". Eu não sabia sobre commedia dell´arte. E não tive nenhuma informação a respeito. Foi procurando informações sobre Planeta Proibido que cheguei em A Tempestade. E daí foi que cheguei a Commedia dell´arte. E as informações não são pouca coisa não: Pierrot é frequentemente citado no Carnaval, assim como a Colombina e o Arlequim.

E não ouço nada sobre Commedia dell´arte? Julgue você mesmo...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Mambo!

Mambo é um estilo musical advindo de Cuba, e que foi bastante popular na década de 50. Mas ainda hoje há releituras do estilo. Eu gosto dele e o acho contagiante (e alegre). Suspeito até que ele fez alguma transição para outros estilos musicais.

Mas aqui vão exemplos famosos: Que rico el mambo

Mambo no 5

Patrícia

Cherry Pink and Apple Blossom White

Guaglione

Mambo no 8

O legal é que esse estilo polinizou e gerou outros estilos. Um exemplo é a famosa música Tequila! que pode ser latina no espírito, mas certamente não na origem.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mais uma dica de site interessante

Hoje trago uma dica: Retronaut. O site trata de fotos e ilustrações de tempos passados.

Há muito material interessante, eu recomendo começar pelos chamados clusters...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Futuro de Pretérito

Por uma coincidência encontrei um vídeo da GE de 1954 sobre a visão que eles teriam do futuro. Vale a pena ver:

E isso me lembra um outro vídeo, mais recente e certamente intencionalmente mais humorístico:

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Coisas que Mentimos para Nós Mesmos - 13

Li uma notícia no Estadão sobre o Custo Humano Embutido no iPad.

E aí vou dizer algo que vai me fazer parecer um monstro: eu achei graça.

"Que absurdo!" - vocês devem estar pensando - "Será que o RAX é mesmo um desalmado? Ele não tem pena de toda aquela gente sendo explorada?"

Claro que sim (sou um desalmado, mas também sinto pena). Mas tenho pena deles e de nós por termos que engolir este papo de superioridade moral. Quando falam de 4 mortos e 77 feridos na fábrica da Foxconn na China, eu não posso deixar de imaginar que o problema dessa frase é o local, China. Como posso dizer que isso é absolutamente intolerável com o número de feridos e mortos nas indústrias do Brasil (ou dos Estados Unidos mesmo)?

Como posso levar a sério a frase "O código de conduta da Apple estabelece que, salvo em circunstâncias excepcionais, os operários não devem trabalhar mais de 60 horas por semana."? Nós estamos falando da Apple e suas demandas incríveis de dedicação e trabalho de seus empregados (chineses ou não - e não é só a Apple).

Ou seja, quando a Apple estava no seu início, com pessoas praticamente vivendo dentro da empresas, este comportamento era considerado empreendedorismo dedicado, mas agora, como é na China, a coisa muda de figura. Notaram algo estranho no argumento agora?

Suspeito ainda que o pessoal vai trabalhar nestes locais em condições quase insalubres, os candidatos chineses estão na realidade melhorando de vida. Me lembro vivamente dos esquemas chineses que via no Canadá, aonde família após família se instalava com os familiares. Lembro também de como trabalhavam durissimamente - alguns em sub-empregos.

Mas não me lembro de reclamações laborais deles, ou de outras pessoas.

Então o que quero dizer? Este texto que se encontra no Estadão foi escrito de modo a fazer com que os usuários de produtos Apple se sintam culpados de comprar um produto feito com mão de obra escrava. Os chineses certamente não tem a melhor posição no ranking de respeito ao operário. Nunca tiveram. Na realidade, o valor disso na China é baixo.

O texto na realidade não se preocupa com os operários chineses, e suspeito que haja interesses nele que até desejem que as fábricas da Apple voltem para os Estados Unidos.

E que se danem os operários chineses.

Certo? Errado? Isso é o de menos, o importante é reconhecer o texto pelo que ele realmente é: algo feito para provocar emoções no leitor de modo a fazer algo a respeito, nem que seja não comprar mais produtos Apple.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Túnel do Tempo

Outro seriado muito interessante é justamente O Túnel do Tempo.

O seriado relata as aventuras de dois viajantes temporais:  Anthony Newman e Douglas Phillips (também conhecidos como Tony e Doug). No episódio inicial, Volta ao Passado, o Dr. Newman decide usar o chamado Túnel do Tempo, criado pelo projeto Tic-Toc para evitar a perda de financiamento do governo americano (sério, é isto mesmo que o episódio trata). Bem, pela figura a seguir dá para ter uma idéia de como o projeto Tic-Toc deveria ser caro mesmo.

Então Tony decide por sua conta e risco viajar no tempo e assim salvar o projeto (eu sei que soa ridículo, mas ele poderia ter enviando uma câmera ou até mesmo um macaco - mas, não, tinha que ser ele mesmo). Bem, com isso ele vai parar no RMS Titanic.

Então, o bravo Dr. Phillips resolve também viajar no tempo para salvar seu colega cientista. E naturalmente também fica perdido no tempo. No fim do episódio, os dois são transportados a uma nova época no futuro (exatamente na primeira missão tripulada para Marte, em 1978).
A série continuou por mais 30 episódios, de 1966 até 1967.
Uma das grandes idéias por trás de "O Túnel do Tempo" foi justamente a possibilidade de reusar material de filmes antigos e com isso baixar os custos de produção por episódios (bem ao gosto de Irwin Allen). A trilha sonora é do conhecido John Williams.
 John Williams - OT: The Time Tunnel .mp3
Found at bee mp3 search engine
muito material sobre O Túnel do Tempo na internet. Posso destacar que o seriado, apesar de curto, gerou livros.
quadrinhos
e mesmo uma refilmagem de 2002.

Uma coisa importante a respeito de O Túnel do Tempo: o seriado foi criado como entretenimento. E só isso mesmo. Há naturalmente elementos de viagens espaciais (Corrida Espacial?) e espionagem (Guerra Fria?). Mesmo assim, o seriado não pretende ir muito além do objetivo de entreter.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Pequenas Pérolas do Cinema 46

Hoje o filme tem uma certa carga de ironia associada (estou para iniciar um cruzeiro): The Poseidon Adventure.

O filme é baseado no romance de Paul Gallico, e pode ser considerado um dos filmes fundamentais para o crescimento do gênero dos filmes-desastres. O filme tem direção de Ronald Neame e produção de Irwin Allen. O filme tem uma boa trilha sonora (de John Williams), e ganhou um Oscar com a canção The Morning After (aqui com Carol Lynley dublando, mas no original com Maureen McGovern).

O filme trata de um acidente no Ano Novo com o SS Poseidon na sua última viagem. Um terremoto submarino (maremoto?) gera uma onda de 30 metros (tidal wave). Com isso o navio vira de cabeça para baixo e aos sobreviventes resta tentar escapar. O forte do filme é justamente o relacionamento entre os sobreviventes e a luta para se chegar ao ponto de saída (que aliás nem se sabe se daria certo - é no fundo do casco, na região das hélices). Depois de muitas reviravoltas e perdas no caminho, um grupo reduzido chega ao local, bem a tempo de uma equipe de resgate abrir uma passagem.
O filme ainda teve um continuação, Beyond the Poseidon Adventure.

E também refilmagens. Uma em 2005

E outra em 2006 (e sim, aquela cantora no trailer é mesmo Fergie).

No fim, em termos de filme catástrofe, este é um exemplar que vale a pena uma olhada.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Ranking dos Chapas-Branca

Vendo a discussão sobre os excessos reais ou não na reintegração de posse de Pinheirinho, não pude deixar de lembrar da ironia de duas situações curiosas:


Por que duas situações? Porque no primeiro caso vai aparecer quem diga "Isto é coisa do PSB, o PT nunca faria isso!". Bem o incidente de 1998 é justamente para mostrar que não só faria, como já fez.

E isto me lembra de outra questão. Há nos dois casos um grau de "chapa-branquismo" (é até difícil encontrar algo sobre o que aconteceu naquele agosto de 1998).

O que é chapa-branca? Bem essencialmente é uma denominação para membros da mídia dedicados a spins positivos para o governo e negativos para os opositores. Pois bem, eu imaginei que pode haver um modo de indicar quão chapa-branca um jornalista ou veículo pode ser.

Vamos começar pelo modo mais simples: contam-se todas as notícias, peças de reportagem, peças de opinião que o referido jornalista fez em um período definido. Verifica-se o percentual de notícias positivas e percentual de notícias negativas. Neste caso estamos considerando que o jornalista se posiciona contra ou a favor de determinada ação. Atribuímos o percentual de notícias negativas a variável aleatória 0 e a percentual de notícias positiva a variável aleatória 1. Então vamos supor que o percentual de notícias positivas é p.

A média deste jornalista será p e a variância será p*(1-p). Até aqui não há nada demais, isto é simplesmente uma métrica do próprio jornalista.

A verificação da eventual tendência chapa branca vem da comparação da média do jornalista p com a média de todos os veículos P. Se p for muito maior que P então há tendência chapa branca. Se p for muito menor que P há tendência a se discordar de tudo que vem do governo (eu coloco aqui governo, mas pode ser algo bem mais amplo).

O que é muito maior ou menor? Eu diria que isto pode ser definido através do desvio padrão da soma de todos os veículos. Mais do que um desvio padrão, então poderíamos ter razoável certeza do "chapa-branquismo".

Podemos pegar dois exemplos: dois conhecidos colunistas (chamemos de A e B) que praticamente não se entendem em nada. Por uma amostra não muito rigorosa posso dizer que pA=1 e pB=0. Note que ambos tem posições opostas. Se só temos estes dois no nosso universo?(vixe!)

Então a média dos veículos é 1/2 e a variância é 1/4.

Mas vamos supor que 55% das notícias na imprensa são positivas e 45% são negativas. Nesse caso, a média é 0.55 e a variância igual a 0.2475 (desvio de 0.4975). Já se é ao contrário, o desvio é o mesmo, mas a média vai a 0.45.

Mas como dizer qual é o percentual de notícias positivas.? O jeito a fazer é contar, mas suspeito que uma boa indicação (se não há polarização) é através dos resultados da popularidade do governo. Se a imprensa é um termômetro da população, então sua polarização deve ser similar.

Pelo que sei a popularidade é descrita em termos ótimo, bom, regular e ruim. No nosso caso vamos considerar 59% ótima ou boa (1), 33% regular (1/2) e 6% ruim ou péssima (0). Vamos arredondar para 8%. A média é 0.76 e variância de 0.1025.  Note que os dois comentaristas estariam polarizados, só que o contrário (pB=0) estaria em menos sintonia com a percepção geral.

Isto pode ser um métrica interessante...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Mais sobre o mundo linear

Eu já falei em um post anterior sobre como o mundo linear nos engana. E como exemplo mostrei que o preço de alguns produtos não obedecem a uma relação linear.

O exemplo mais claro foi o do preço por quilograma de um saco de feijão. Em um mundo perfeitamente linear, o preço R$/kg seria constante. Mas de fato não é. As razões? Bem, estas eu não falei. Mas o preço é composto do preço do produto em si mais custos adicionais como armazenagem, estocagem e etc...

Se um saco de 5 kg é vendido com maior facilidade do que um de 1 kg, então há uma certa razão para haverem diferenças de preço.

Mas uma fonte de diferença de preço bem visível é a questão da embalagem. Para simplificar a análise vamos considerar que ao invés de um saco temos uma lata. Esta lata tem a altura (L) igual ao diâmetro (2R). O custo da lata está ligado ao custo do material e do custo de fabricação. Vamos dizer que ambos podem ser incluídos no custo do material. O custo de cada lata é igual a massa do material utilizada na sua fabricação (é um paralelepípedo na parte lateral e dois cilindros no topo e no fundo).

C(lateral) = k1*2*R*L*pi*e (aonde k1 é uma constante ligando o volume ao preço - ou seja inclui a densidade do material, e é a espessura do material)
C(topo)+C(fundo) = k1*2*pi*R^2*e

Logo o custo da lata é:
C(lata)= k1*2*R*pi*(L+R)*e

Como L é 2R então:
C(lata)= k1*6*R^2*pi*e

Se A(lata) é a área do material da lata, vemos que:

A(lata)=6*R^2*pi

logo

C(lata)= k1*A(lata)*e

Já o custo do feijão é proporcional a sua massa. E como sua massa é proporcional ao seu volume podemos escrever

C(feijão) = k2*pi*R^2*L = k2*pi*2*R^3 = k3*M

Sabemos que o custo total é a soma de C(lata)+C(feijão), ou seja:

C(total)= C(lata) + C(feijão) = k1*e*6*pi*R^2+ k2*pi*2*R^3

Para sabermos o custo então podemos encontrar R em função da Massa de feijão (M):

R=(k2/k3*M/(2*pi))^(1/3)

Logo:

C(total) =  k1*e*6*pi* (k2/k3*M/(2*pi))^(2/3) + k2*pi*2*(k3/k2*M/(2*pi))

Simplificando para algumas constantes c1 e c2 temos:

C(total) =  c1* (M)^(2/3) + c2*M

Para vermos então qual o custo por unidade de Massa, basta dividir a o C(total) pela massa:

C(total)/M = c1*(M)^(-1/3)+c2

Para normalizar temos que c1+c2=1 (com ambos positivos), logo c1=1-c2

C(total)/M = (1-c2)*(M)^(-1/3)+c2

Agora temos a belezinha: se c2=1, então o custo por unidade de massa é independente da massa (e portanto do volume). Isto quer dizer que o C(total) é proporcional a massa.

Mas se c2 é diferente de 1, então isto quer dizer que parte o custo por unidade de massa diminui com o aumento de massa (e portanto do volume).

Não entenderam? Vamos colocar números. Vamos dizer que c1=0.75 e c2=0.25. Quanto M=1 temos que C(total)/M = 1. Já quando M=2, C(total/M)=0.95. Quando M=5, C(total)/M = 0.90. E assim por diante...

E isto quer dizer que o custo do produto cairá com o aumento do volume. Naturalmente esta é uma aproximação, mas dá para ver aonde é que está um dos ganhos de produtividade com o volume.