sexta-feira, 28 de março de 2014

Colocando dinheiro aonde a boca está

O título deste post é uma variante da frase em inglês Put Your Money where your Mouth is.

E este é o ponto aonde falham miseravelmente todos os "ativistas" da internet.

Diz que é um complô contra a Petrobrás?: Ótimo! Compre ações da mesma, assim você estará auxiliando a Petrobrás a vencer os momentos difíceis, mostrando aos críticos que acredita realmente naquilo que você fala, e de quebra ainda saí com um dinheiro - pois certamente a empresa irá se valorizar depois que perceberem que houve sub-avaliação.

Não quer fazer isto? Então, francamente....

Em tempo: em 2009 eu acreditei na Petrobrás e comprei R$ 5.000,00 de do fundo de ações da Petrobrás no Banco do Brasil - dinheiro suado! Sabe quanto é o valor hoje desta aplicação? R$ 1.738,10. Praticamente 1/3 do valor original.

Mas podia ser pior... Imagine se eu tivesse FGTS aplicado em ações da Petrobrás?

Então, quem quiser defender a evolução da Petrobrás na minha frente terá de colocar dinheiro aonde a boca está, ou seja: só vai merecer alguma atenção se comprar ações da Petrobrás.

De nada vale se já as tiver, e de nada vale se a compra for meramente simbólica (valores simbólicos).

Depois que tiver comprado os papéis, então só aí vai merecer um pouco de credibilidade...

Na minha opinião deveríamos fazer isto com todos os debates: que discute tem que demonstrar que realmente crê naquilo - e crê o suficiente para colocar em jogo algo de valor.

Suspeito que aí a enorme maioria dos "ativistas" iria preferir ficar quieto.

PS: Eu estou usando agora a palavra "ativistas" de modo um tanto quanto ruim. A razão é que estou gradativamente ficando sem paciência com gente que sempre teve tudo e age como revoltado.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Torcendo o Pepino, e a Verdade também

Saiu recentemente uma pesquisa sobre população carcerária.
Foram analisados os perfis de 751 presos de dez unidades de
Vamos aos fatos?

  • Aproximadamente 50% era reincidente
  • Aproximadamente 25%  tinha fugido de casa antes de completar 15 anos, sendo que 35.5% destes tomaram esta atitude devido à violência familiar
  • 40% dos detentos foi preso por roubo
  • 30% dos detentos foi preso por porte ou tráfico (66% dos crimes foi cometido por mulheres)
  • 16% dos detentos foi preso por crimes sexuais
  • 11% dos detentos foi preso por homicídio
  • 95% dos detentos é homem
  • 70% dos detentos tem filhos
  • 30% dos detentos não trabalhavam antes de serem presos
  • 84% dos detentos não conseguiu concluir o ensino médio.

E aqui há algumas informações importantes. A primeira delas é sobre o tamanho da amostra. Com 751 amostras e percentagem de 50%, o intervalo de confiança é de 3.57% (com 99% é de 4.7%). Então todos os dados na pesquisa tem mais ou menos 3.6% de margem de erro neles.

A segunda coisa é que se 25% dos detentos tinha fugido de casa e 35.5% destes tomaram esta atitude devido a violência familiar, isto constitui cerca de 8.875% do total - ou 66 detentos.

O terceiro e mais interessantes é quanto a natureza do roubo: 66% dos crimes relacionados à drogas foi cometido por 5% da população. Quer dizer:

p(mulher | crime relativo a drogas) = 0.66
p(homem | crime relativo a drogas) = 0.34
p(homem)=0.95
p(mulher)=0.05

Rearranjando:

p(crime relativo a drogas | mulher)=(0.66 *0.95)/(0.05*0.34)*p(crime relativo a drogas | homem)

ou seja: 

 p(crime relativo a drogas | mulher)=37*p(crime relativo a drogas | homem)

O que quer dizer que a razão de que o tráfico de drogas é razão de encarceramento 37 vezes mais provável para mulheres do que para homens.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Mais um Fim do Mundo?

Uma manchete de impacto: O colapso da civilização?
      Charts show possible scenarios for collapse of civilization.
     
Source:LiveScience
Mas, naturalmente, há diversos poréns não explicados no texto do artigo.

O paper  'Human and Nature Dynamics (HANDY): Modeling Inequality and Use of Resources in the Collapse or Sustainability of Societies' não foi solicitado, revisado ou pedido pela Nasa. Mas sim, teve financiamento parcial.

O artigo original (bem como outro) traz muito mais informações do que o texto indica, e uma dessas informações mais importante é há o espectro do colapso em sociedades igualitárias (sem elites), com trabalhadores e sem trabalhadores, e nas sociedades com elites. Ou seja: Todas as formas de sociedade simuladas apresentaram colapso sob certas condições.

Isto é bem diferente do que o texto do artigo com a manchete anterior tenta repassar :"Ele sugere que a civilização moderna pode estar à beira de um colapso, da qual pode até não se recuperar mais."

O que o texto do artigo diz? "In this paper we attempt to build a simple mathematical model to explore the essential dynamics of interaction between population an natural resources"

A palavra importante aqui é "simple". Este é um modelo simplificado (mas não podemos dizer que simplista) que inclui parte da dinâmica do processo.

Ele não é o modelo completo e sequer um modelo que permita realizar predições em sociedades já conhecidas.

Mas o importante, tirando a mensagem fatalista da manchete, é que já há modelos razoavelmente complexos que permitem observar alguns dos  comportamentos vistos em sociedades humanas. E isso já um grande achado!

terça-feira, 25 de março de 2014

54% acreditam que a Copa do Mundo no Brasil será no Máximo Regular

Esta é a manchete publicada aqui. Parece meio desesperador para a Copa, não?

Bem...

Felizmente há mais dados no artigo que merecem ser divulgados:

Do total:
  • 8% acreditam que a Copa será ruim
  • 16% acreditam que será péssima
  • 30% que será regular
  • 31% que será boa
  • 13% que será ótima

Colocado dessa forma a notícia parece mudar de tom, não é mesmo?

Pois a pesquisa tem muito mais dados interessantes

  • Dos entrevistados com mais de 60 anos, 36% acreditam que a copa será boa e 10% que será ruim (17% que será péssima)
  • Dos entrevistados com menos de 24 anos, 30% acreditam que a copa será boa e 6% que será ruim (14% que será péssima)
  • A avaliação da Copa mais positiva é entre as pessoas menos escolarizadas (8% Ruim e 15% Péssimo) e nas Classes D e E (7% Ruim e 12% Péssimo). 
  • A avaliação da Copa mais negativa é entre as pessoas mais escolarizadas (9% Ruim e 19% Péssimo) e nas Classes A e B (10% Ruim e 20% Péssimo)
  • Dado o intervalo de confiança e o número de entrevistados dá para dizer que 8 e 9 são a mesma coisa, Já 15 e 19 (e 12 e 20) são informações distintas.

Mas há mais alguns pontos interessantes:

  • 82% tem intenção de assistir aos jogos
  • 81% tem interesse pela Copa

O que isso quer dizer?
A maioria do povo brasileiro quer Copa. Quem tentar acreditar o contrário vai quebrar a cara (talvez literalmente).

segunda-feira, 24 de março de 2014

Sete Conselhos Sobre Andar de Bicicleta

Eu tenho mudado meus hábitos a respeito de locomoção.
Minha berlinetinha!
Na realidade, passei a juntar o útil ao agradável: passei a vir ao trabalho de bicicleta. As razões não são as do cicloativismo, mas essencialmente saúde e racionalidade.
Voar? Seriously?
O fato é que andar de bicicleta é bem agradável e mesmo a ida ao trabalho passa a ser bastante interessante e, por que não dizer, saudável.
Cicloativismo: tentando convencer as pessoas a fazer o certo do modo errado.
Mas há algumas coisas que descobri que merecem ser compartilhadas:

  1. Bicicleta e chuva não combinam - vai ter gente que vai dizer que pode funcionar e até juram de pés juntos que você vai gostar. Mas o teste para verificar é simples: saia na chuva sem guarda-chuva e veja se você gosta. De preferência em uma chuva torrencial.
  2. Distâncias menores que 10 km são o ideal para deslocamento de bicicleta - passou de 10 km, o percurso de bicicleta passa a ter inconvenientes respeitáveis: o conceito de tomar banho no trabalho passa a ser mais do que apenas um conceito. Acima de 10 km , há necessidade de uma muda de roupas e o tempo de trânsito começa a encostar na faixa de 60 minutos.
  3. É necessário planejamento -  uma programação bem planejada tem de ser feita para levar em conta os deslocamentos de ida e volta, bem como os horários de trabalho.
  4. O deslocamento a noite exige cuidados adicionais - faróis de carro demais e iluminação de menos são uma combinação danada para causar acidentes em ciclovias.
  5. Vá em ciclovia - andar na rua de bicicleta parece bonitinho, mas se você preza sua vida (ou sua integridade física) evite esta opção o máximo possível. Idealmente carros, bicicletas e pedestres deveriam dividir irmamente as ruas, assim como os leões e os cordeiros...
  6. O percurso de ida ao trabalho deve ser de preferência em declive ou plano - andar de bicicleta exige esforço físico, e isso leva ao suor. Não tem jeito: É tolice pedir as pessoas para se deslocarem morro acima de bicicleta, quando as mesmas tem opções que não irão cansa-las.
  7. Não dá para carregar muita coisa na bicicleta - mas dá para carregar alguma coisa. É perfeitamente possível incluir o bicicleta para ir ao mercado (quando as compras são poucas), ou para deslocamentos curtos. Qualquer coisa mais longa ou com mais itens para carregar passa a ficar complicado...
Estes são as principais observações. Mas depois eu trago outras;.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Possível, mas Improvável

Um dos argumentos que ouço muito quando em algum debate é baseado no conceito de "Ah, mas isso pode acontecer!".

Francamente, este aí só perde em "falta-de-argumentos-consistentes" para "Ah, mas essa é minha opinião!"

O problema com o argumento do "Pode acontecer" é que realmente pode acontecer! Para poder acontecer basta ser listado no rol das possibilidades. Isso não tem dúvidas, e mais ainda há eventos que são praticamente impossíveis de acreditar mas possíveis de acontecer (como atravessar paredes, teleportar-se espontaneamente, água transforma-se em ouro, etc...).

Mas são isso mesmo: apenas possibilidades.

E o problema com possibilidades é que, em geral, as pessoas não ligam diretamente a seu qualificador mais importante: a probabilidade.

Por exemplo: Se eu jogo uma moeda três vezes, há possibilidade de tirar três caras (ou três coroas, ou duas caras e uma coroa, ou duas coroas e uma cara). Mas a probabilidade de tirar as três caras é 1 em 8, enquanto a probabilidade de tirar duas coroas e uma cara é 3 em 8. E o pior: a probabilidade de tirar qualquer coisa que não seja três caras é 7 em 8.

"Ah, mas algum resultado tem de sair! Pode muito bem ser o que eu escolhi!"

Sim isto é verdade. Mas o que é necessário perguntar é o contrário: "qual são as chances de não sair o que eu escolhi!". Se estas forem muito grandes, então talvez seja melhor repensar o argumento.

O que estou falando é que ao invés de pensar esperançosamente "Há uma chance em mil desta possibilidade ocorrer", pense em "Há novecentas e noventa e nove chances desta possibilidade não ocorrer!"

Parece mais pessimista? Talvez, mas na realidade é apenas realista!

Mas este post não tem como objetivo forçar as pessoas a abandonar suas esperanças (ou sonhos). O ponto principal deste post é lembrar que para cada argumento "Ah, mas isso pode acontecer!" existe um "Mas é muito mais provável que não aconteça".

E o segundo argumento é logicamente mais forte que o primeiro...

segunda-feira, 17 de março de 2014

Mais Divagações

Creio que comecei a enxergar uma abordagem para a questão da confiabilidade.

Em uma pesquisa da Adunb tivemos 616 respondentes (de um universo de 2241 professores).

Nesta pesquisa foram perguntadas duas questões. A primeira foi "Você é a favor da paralisação do dia 19/03?". Dos 616 respondentes 466 foram contrários e 150 a favor

Já a segunda questão "Você é a favor da retomada da greve de 2012?" teve 101 votos favoráveis e 515 contrários.

Esta pesquisa foi feita pela internet e até por isso não pode se analisada pelas mesmas ferramentas disponibilizadas em testes estatísticos comuns.

Mas há algo aqui.

Na primeira questão, o número mínimo de favoráveis do universo dos professores é 150 e o máximo é 2241-466 = 1775. Então o número de favoráveis encontra-se no intervalo [150, 1775].

Já o número mínimo de contrários a paralisação é 466 e o máximo é 2241-150 = 2091. Então o número de contrários encontra-se no intervalo [466, 2091].

Muito bem, na ausência de qualquer informação adicional sobre a distribuição de votos, a melhor alternativa é assumir que todos os pontos são equiprováveis. Isto significa modelar o intervalo como uma distribuição uniforme.

A distribuição uniforme dos votos favoráveis tem média: (150+1775)/2 = 962.5. Já a dos votos contrários tem média 1278.5.

Isto corresponde a um percentual de 43% favoráveis a paralisação e 57% contrários a paralisação.

E assumindo a distribuição uniforme, a probabilidade da média dos favoráveis a paralisação ser menor que 1278.5 é de 69.45%. Já a probabilidade da média dos contrários ser menor que 962.5 é 30.55%

A mesma idéia pode ser usada para o cálculo da segunda pergunta (dá 41.3% a 58.7%). O único ponto de suposição estatística usado aqui foi a distribuição uniforme - baseada no fato que não sabemos nenhum dado adicional

domingo, 16 de março de 2014

Pesquisas e Divagações

Depois de ler sobre tantas pesquisas na internet, passei a pensar se há alguma maneira de quantificar a probabilidade da mesma estar certa.

Por que? Porque em geral as pesquisas na internet falham no quesito de aleatoriedade. Via de regra, as mesmas raramente tem respostas de forma aleatória.

Então pensei em um experimento.

Imagine que temos uma proporção de p e 1-p em uma população de M pessoas. E vamos dizer que temos uma pesquisa com N respostas. Onde temos p1*N respostas a favor e (1-p1)*N respostas contrárias.

Quão diferente p1 pode ser de p? E qual é a probabilidade disto?

O melhor modo é fazer com pequenos números primeiro. Vamos dizer que M=10 e N=4. Vamos expandir N*(p1+q1)^4

p1^4+4*p1^3*q1+6*p1^2*q1^2+4*p1*q1^3+q1^4

p1^4 - os quatro respondentes votaram na opção relativa a p
4*p1^3*q1 - três respondentes votaram na opção relativa a p e 1 na relativa a 1-p
6*p1^2*q1^2 - dois votaram em p e dois em 1-p
4*p1*q1^3 - um votou em p e três em 1-p
q1^4 - os quatro respondentes votaram na opção relativa a 1-p

Tivermos 3 votos em p de 4. Como fica o gráfico da probabilidade quando variamos p de 0 até 1?

Note, caro leitor que quando p1 é 3/4 temos um máximo, mas podemos calcular as áreas relativas de ver a razão entre as áreas acima de 0.5 e abaixo de 0.5. A área abaixo de 0.5 vale 3/80 e a acima de 0.5 vale 13/80.

Eu diria que a razão das áreas é de 3 para 13 (perto de 1 para 4.3)

Isso é uma probabilidade? Bem, não necessariamente. Mas vamos ver no caso de 20 , aonde 16 votaram p e 4 votaram 1-p. Neste caso temos a curva

A razão entre as áreas é de 7547 para 2089605 (perto de 1 para 277)

Mas o que realmente quero saber é o seguinte: em uma pesquisa com 4 respostas eu tive o 3 a favor p e 1 contrário. Qual é a chance de eu ter o mesmo tipo de resposta na pesquisa com 20 pessoas?


Isso eu ainda estou estudando... Mas suspeito que as curvas acima tem parte da resposta.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Agora com a Inflação de fevereiro

Com os dados do IPCA de fevereiro, posso fazer algumas estimativas para inflação de 2014.

Como já havia mencionado em outro post, janeiro tinha 50% de ter inflação de 0.40% e 50% de 0.79% (ou 60% de 0.43% e 40% de 0.83%). O resultado oficial ficou em 0.69%.

Com os dados de janeiro, a inflação estimada fica em 5.56%. Vamos as probabilidades:

    97% de estar entre 3.9% e 6.8%
    99% de chance da inflação ficar abaixo de 6.8%
    37% de chance da inflação ficar abaixo de 5.2%

 Já a inflação de março tem 50% de ficar em 0.34% e 50% de ficar em 0.73% , Ou 60% de ficar em 0.37% e 40% de ficar em 0.77%. Algo na vizinhança de 0.53%.

terça-feira, 11 de março de 2014

Dados Interessantes

Saiu uma grande pesquisa encomendada sobre a SECOM sobre mídia.

E esta pesquisa tem detalhes interessantíssimos, sendo que alguns deles confirmam algumas idéias que eu já tinha.

Eu vou comentar muito mais sobre o assunto, mas alguns pontos valem ser destacados agora mesmo:

  • 97% dos brasileiros vêem televisão (sendo 65% todo o dia)
  • O programa mais assistido da TV Brasileira é o Jornal Nacional (35.1%), seguido da novela das 8/9 (31.5%)
  • 31% tem TV por assinatura
  • 60% dos brasileiros ouvem rádio
  • 46% dos brasileiros acessam a internet
  • 75% dos brasileiros NÃO leem jornais impressos
  • 95% dos brasileiros NÃO leem revistas impressas.

Isto está condizente com um post que fiz há muito tempo. Mas eu vou voltar a este assunto depois...

sexta-feira, 7 de março de 2014

Igualdade a Qualquer Preço

Leio sempre em várias redes sociais: boa parte dos problemas do Brasil é causada por sua desigualdade econômica.

Bem, difícil argumentar o contrário, não? Afinal temos até um coeficiente que explicita como é a distribuição de renda: o Gini.

Ora Bolas! Podemos até ver que os países com o Gini mais baixo são exatamente os mais avançados e com menos confilitos, não?

Em primeiro lugar temos a Dinamarca, com 24! Um exemplo de país! Seguido por Suécia (25), Noruega (25.8), Austria (26), República Checa (26), Slováquia (26), Ucrânia (26.4), Belarússia (26.5), Finlândia (26.9), Afeganistão (27.8) - Opa, Opa, Opa... Afeganistão????

Sim, o Afeganistão tem um Gini melhor do que o Brasil (54.7). Mas não é só ele... Melhor do que o Brasil temos ainda Cazaquistão, Etiópia, Paquistão, Egito, Iraque, Bangladesh, Índia, Albânia, Sudão, Síria. Irã, Uganda e muitos outros...

Então, caro leitor.... Como fica a explicação que boa parte dos problemas é causada por desigualdade econômica?

Ah... complicou um pouco agora, não?

Naturalmente, a saída para esse dilema é ver que igualdade econômica não é uma panacéia: se eu tenho 1 e todo mundo tem 1 o Gini é zero. Mas isso vale tanto para distribuição de pobreza quanto para distribuição de riqueza...

Lição? Temos de ter cuidado com o que repetimos cegamente. A maioria do que está sendo repetido por aí não se sustenta depois de uma análise de 10 segundos...

segunda-feira, 3 de março de 2014

Carnaval e Nove Meses Depois?

Uma das "sabedorias" incrustradas na cabeça de muita gente é que depois do carnaval tem as consequências - e usualmente elas aparecem nove meses depois....

Bem, isso não é nem de longe verdade.

Normalmente imaginamos que a probabilidade de nascer em qualquer mês do ano deva ser igual - ou seja deveríamos ter uma distribuição uniforme. Em outras palavras p(nascer em mês A) = p(nascer em mês B) = 1/12 (0.08333 - ou aproximadamente 8.33%)

Mas aí lembramos: "Ah, mas tem o Carnaval! Então esta probabilidade não deve ser igual para todos os meses - aliás deve ter um pico lá para novembro ou dezembro!"

Vamos aos dados reais?
  • Março    9,53
  • Maio    9,22
  • Abril    8,93
  • Janeiro    8,83
  • Junho    8,69
  • Julho    8,67
  • Fevereiro    8,45
  • Agosto    8,40
  • Setembro    8,10
  • Outubro    7,77
  • Novembro    7,00
  • Dezembro    6,40
Ora, ora... É mais provável um nascimento em março do que em dezembro!


E olhando os dados, vemos que os meses preferidos para concepção são:
  • Junho
  • Agosto
  • Julho
  • Abril
  • Setembro
  • Outubro
  • Maio
  • Novembro
  • Dezembro
  • Janeiro
  • Fevereiro
  • Março
E então leitores? O que pensam disso?

sábado, 1 de março de 2014

O Peso do Dinheiro

Uma das minhas curiosidades a respeito do dinheiro é quanto pesa 1 milhão de reais.

Eu fico pensando nisso quando vejo em filmes pastas cheias de dinheiro. Quanto dinheiro realmente tem em uma pasta dessas.

Bem, para saber isso temos de saber a dimensão da cédula (140 mm x 65 mm) e a sua gramatura (92 gramas por metro quadrado)

Como um metro quadrado possui 1 milhão de milímetros quadrados, isto quer dizer que a cédula pesa 92 microgramas por milímetro quadrado. Isto resulta em 837200 microgramas por cédula.

Convertendo para gramas temos 0.8372 gramas por cédula. O que quer dizer que 1 grama de cédulas corresponde a mais ou menos 1.20 reais em notas de 1.

Portanto R$ 837,20 reais em notas de R$ 1,00 correspondem a 1 quilo. Supondo que uma maleta consiga carregar algo perto de 20 quilos teremos R$ 16.744,00 por maleta.

Mas se usarmos notas de R$ 100,00 teremos R$ 1.674.400,00 na maleta.

Outro dado interessante é o famoso "vale quanto pesa". Temos que cada quilo corresponde a R$ 837,20 em notas de R$ 1,00 ou R$ 83.720,00 em notas de R$ 100,00. Daí fica fácil calcular o seu peso em dinheiro, caro leitor:
  • 10 quilos são R$ 8.372,00 em notas de R$ 1,00 ou R$ 837.200,00 em notas de R$ 100,00
  • 100 quilos são R$ 83.720,00 em notas de R$ 1,00 ou R$ 8.372.000,00 em notas de R$ 100,00
Em moedas esse valor é bem menor, naturalmente.